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sábado, 30 de julho de 2011

DELICIOSAMENTE GROSSEIRO...

★★★★★★★★
Título: Sua Alteza (Your Highness)
Ano: 2011
Gênero: Comédia
Classificação: 16 anos
Direção: David Gordon Green
Elenco: Danny McBride, Natalie Portman, James Franco
País: Estados Unidos
Duração: 102 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
A noiva do príncipe é capturada, e então ele segue na missão de resgatá-la das mãos do mal. Mas junto com ele vai seu irmão inútil e invejoso, que mais atrapalha que ajuda, até encontrarem no meio do caminho uma destemida arqueira, que também tem objetivos similares aos deles.

O QUE TENHO A DIZER...
Do mesmo diretor de Segurando As Pontas (Pineapple Express, 2008), e do medíocre O Babá (The Sitter, 2011), foi escrito por Ben Best e também pelo próprio ator principal, Danny McBride. Sua Alteza é um filme controverso, e a "polêmica" sobre ele começou bem antes de seu lançamento por conta de uma cena de pseudo-nudez de Natalie Portman que precisou ser alterada digitalmente porque o órgão de censura nos EUA achou que seria melhor assim (???). Então colocaram uma tanguinha discreta e o filme também teve algumas cenas cortadas para garantir a saúde dos bons cristãos.

O filme é bastante injustiçado e embora o boca-a-boca sobre ele tenha sido grande, acabou sendo um fracasso de bilheteria (custou mais de US$40 milhões e não arrecadou nem a metade no mundo todo). Mas isso é absolutamente compreensível. É um filme raro de comédia absurda, feito pra usar o humor indescente pra chocar sem medo algum, já que é uma sátira sobre contos e filmes medievais, mas não é tolo e cliché como as sátiras da série Todo Mundo Em Pânico (Scary Movie, 2000/2001/2003/2006) ou similares. O filme satiriza uma época, pessoas e comportamentos. Ele tem sua própria história, seus próprios personagens e originalidade, e obviamente que brinca com clichés o tempo todo (senão não seria uma sátira), fazendo os personagens parecerem realmente patéticos quando agem como heróis que devem completar missões como se estivessem em um jogo de RPG, uma sátira que de certa forma lembra bastante os clássicos de Mel Brooks.

Algumas pessoas tem considerado o filme ofensivo e agressivo pelo uso extensivo de linguagem sexual e até mesmo por algumas cenas explícitas de nudez. Com certeza são. Mas essa resposta negativa tem sido justamente por reflexo da sociedade puritana e hipócrita que por uma razão óbvia: se essas pessoas já chegaram a rir de Eddie Murphy soltando gases na mesa de jantar com sua família por 10 minutos em O Professor Aloprado (The Nutty Professor, 1996/2000) - e eu tenho certeza que riram - então essas pessoas não estão na condição de dizer que Sua Alteza é ofensivo ou agressivo pelo seu conteúdo verbal. Primeiro de tudo porque estou falando de um filme que parece bobo e uma perda de tempo, mas a realidade é que ele é bastante inteligente e interessante e, sem dúvidas, um dos mais engraçados no gênero satírico que já assisti desde... há muito tempo atrás.

É engraçado do começo ao fim, e os diálogos parecem ter sido tirados de um filme pornô. James Franco, como Fabious, o príncipe que está sempre encantado, feliz, motivado e romântico, faz seu personagem ter sido tirado direto de um conto de fadas, até seus movimentos e expressões são totalmente inspirados por tudo o que um Príncipe Encantado representa e faz. Danny McBride, como Tadeous, é completamente o oposto, o verdadeiro anti-herói, cheio de ódio, raiva, rancor e inveja, procurando e fazendo tudo para satisfazer seu próprio ego. Natalie Portman surpreende mais ainda porque esse filme foi lançado logo após seu sucesso de crítica em Cisne Negro (Black Swan, 2010), portanto sua personagem é constrastante, e existe uma boa atriz de comédia dentro dela também.

Todo personagem é ridículo como deveria ser. O filme também é cheio de ação e efeitos especiais. Os roteiristas fizeram o excelente trabalho em criar um conto incomum baseado em mitologia e sexo dentro de um mundo medieval fantasioso e puritano. Por isso é tão engraçado, porque ninguém nunca esperaria personagens tão sérios falando de sexo e genitálias como algo comum e simples.

CONCLUSÃO...
Não é um filme para aqueles que se sentem ofendidos facilmente, mas para aqueles que acharem o seu tom irão adorar.

sábado, 16 de julho de 2011

VIDA DURA...

★★★★★★★★
Título: A Vida Durante A Guerra (Life During Wartime)
Ano: 2009
Gênero: Drama, Comédia
Classificação: 16 anos
Direção: Todd Solondz
Elenco: Shirley Henderson, Ciarán Hinds, Michael Kenneth Williams, Allison Janney, Dylan Riley Snyder, Renée Taylor, Charlotte Rampling
País: Estados Unidos
Duração: 98 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Depois de passar um bom tempo preso por crimes de pedofilia, um pai tenta rever sua família numa época de mudanças em que sua ex-mulher, Trish, está para se casar com outro homem que poderá ser um bom marido e pai para seus dois filhos. A irmã de Trish, Joy, também é assombrada por fantasmas de amores passados. Amigos, família e amantes se esforçam para encontrar o amor, perdão e o significado da vida.

O QUE TENHO A DIZER...
Escrito, dirigod e prouzido por Todd Sonlondz, que costuma lidar com histórias sobre felicidade e dor, perdões, esquecimentos e arrependimentos, engrenagens que movimentaram seus trabalhos anteriores, como Bem-Vindo À Casa de Bonecas (Welcome To Dollhouse, 1995), Felicidade (Happiness, 1998) e Palindromes (2004). É um diretor pouco conhecido por nunca ter feito um trabalho grande e estar sempre ligado a produções pequenas e independentes, mas poderosas nos seus sentidos e mensagens. Este filme, na realidade, é uma continuação ao seu filme Felicidade, porém com um elenco totalmente novo, o que acaba não anulando o filme anterior, mas podendo tratá-los como filmes únicos ou individuais, dependendo do ponto de vista.

Neste filme a história se desenvolve em torno da vida de um garoto e os membros de sua família que estão tentando descobrir os significados de quando e como as pessoas devem alcançar o prazer e a felicidade na vida perdoando e esquecendo situações difíceis o bastante de serem esquecidas ou perdoadas. Complexo, mas uma realidade latente.

Como sempre, Solondz brinca com o humor negro todo o tempo para aliviar o peso dos complexos temas dramáticos, dando o balanço exato e necessário para que verdadeiras discussões muitas vezes pesadas sobre a vida se transformem em algo comum como um café da manhã.

Os personagens são bem construídos, sendo interessante a forma como eles encaram as relações entre eles. Durante todo o filme sempre há o confronto entre dois personagens que discutem em uma mesa ou com algo entre eles, usando o obstáculo como algo onde eles possam colocar e jogar - mas às vezes esconder - todos seus problemas e diferenças, mas ao mesmo tempo bloqueando e impedindo o alcance um do outro, como em um campo de batalha.

Palavras são como armas e assistir esses personagens usando-as como balas de revolver é chocante pois é exatamente o que fazemos na vida real, e nós somos responsáveis por magoar ou machucar uns aos outros por isso. O filme lida com temas complexos, sendo às vezes difícil de ser assistido por conta da crueza, amargura e de diálogos impactantes, mas a verdade é que ninguém pode fugir dessas realidades para sempre.

CONCLUSÃO...
É um filme lento e bastante viceral que lida com temas difíceis como pedofilia, traição, solidão e incompreensão como se estivesse comentando sobre o capítulo da novela do dia. Todd Solondz é único e assim são seus filmes. Ele obriga as pessoas a olharem fatos por um ângulo que sistematicamente ignoramos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

PRIMEIRA CLASSE COM CLASSE...


★★★★★★★★
Título: X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class)
Ano: 2011
Gênero: Ação, Fantasia, Ficção Científica
Classificação: 12 anos
Direção: Matthew Vaughn
Elenco: James McAvoy, Michael Fassbender, Kevin Bacon, Rose Byrne, Jennifer Lawrence, January Jones
País: Estados Unidos
Duração: 132 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Charles Xavier e Erik Lensherr são mutantes que sabem que não são os únicos, e que esta nova raça humana, a chamada Geração X, tem muito a oferecer e ajudar. Eles resolvem criar uma escola para jovens superdotados, mas as coisas não saem como planejado, pois os Estados Unidos, juntamente com União Soviética e Cuba, atravessam por um período delicado, a Guerra Fria, e o uso do poder desses mutantes parece ser interessante para aqueles que querem disseminar o caos e a destruição. E assim uma rachadura na grande amizade entre Xavier e Erik acontece, e essas duas partes tendem a se separar a qualquer instante, dando início a eterna batalha entre Magneto e sua irmandade, e Xavier e seus X-Men.

O QUE TENHO A DIZER...
Dirigido por Matthew Vaughn, diretor de Stardust (2007) e o inesperado Kick-Ass (2010), filme pelo qual ele ficou mais conhecido e que foi o responsável por ter dado a ele a direção de Primeira Classe. O roteiro é assinado por mais três pessoas, além do póprio Matthew Vaughn: Ashley Miller e Zack Stentz (Thor, 2011); Jane Goldman (Kick-Ass, 2010). Como já disse outras vezes, eu costumo duvidar da qualidade de roteiros escritos por mais de uma pessoa, pois demonstra ter sofrido dezenas de transformações em comparação ao protudo original. Mas nesse caso as coisas parecem que funcionaram bem, principalmente por ter sido escrito por mulheres e homens. A presença de roteiristas femininas dão uma sutileza necessária e obrigatória em qualquer adaptação dos X-Men, algo que faltou bastante nos filmes anteriores.

Bryan Singer assina como produtor, tentando retornar ao lar depois de ter abandonado os mutantes para investir no mundo de Kripton com o seu fracassado Superman, O Retorno (Superman Returns, 2006). Segundo Bryan Singer, ele mesmo tinha interesses pessoais em dirigir este filme desde o princípio, mas por conta da sua adaptação de João e o Pé de Feijão, ele acabou sendo substituído por Matthew Vaughn.

Na verdade este filme é um reboot, ou seja, um reinício, já que a primeira trilogia havia findado com X-Men: O Confronto Final (X-Men: Last Stand, 2006). Frente a várias insatisfações dos fãs, do público em geral e do estúdio pelos rumos que a trilogia havia tomado e como ela terminou, acharam que seria uma boa idéia recomeçar do zero. A princípio o reboot seria feito com uma pré-continuação que contasse a história de Magneto, em um spinoff similiar ao de Wolwerine (X-Men Origins: Wolwerine, 2009), tanto que o roteirista Zack Penn até havia sindo contratado para escrever o roteiro. Entretando, durante o desenvolvimento da história, os produtores acharam que seria interessante mudar o foco da história para os primeiros anos da equipe. Zack Penn achou essa idéia muito mais interessante do que a que ele estava desenvolvendo, e assim o filme sobre a Primeira Classe surgiu.

A "primeira classe" ao qual o filme se refere é a primeira turma de mutantes que Xavier uniu. Nos quadrinhos originais a equipe era formada por Cyclops, Jean Grey, Homem Gelo, Fera e Arcanjo. Obviamente que no filme as coisas seriam diferentes.

É difícil falar sobre ele colocando os outros filmes de lado. No meu ponto de vista uma coisa sempre foi muito clara: não importa o quanto Bryan Singer conseguiu fazer de X-Men (2000) e X-2 (2003) dois filmes interessantes e acima da média, ele nunca deveria ter se apropriado dos personagens para criar sua própria história sem respeitar as histórias originais e a cronologia de cada um deles porque agora estão tentando reparar isso numa cadeia cíclica de erros, pegando personagens clássicos e reinventando suas histórias outra vez, negando de uma forma ou de outra todo o desenvolvimento nos quadrinhos em seus mais de 40 anos de existência. Mais seqüências virão, mas como eles irão desenvolver e dar espaço para personagens esquecidos - ou àqueles que já foram apresentados fora de sua cronologia original - será um mistério.

De qualquer forma, Primeira Classe consegue agradar os fãs ao manter alguns personagens e trazer outros, mas ao mesmo tempo pode não ser tão agradável por não ser fiel aos quadrinhos. Para as pessoas que conhecem pouco sobre os mutantes, isso não faz diferença, e analizando o filme por si só, ele realmente oferece o que promete e traz de volta a atmosfera dos dois primeiros filmes que foram perdidos na terceira e útlima parte de 2006.

A história é sólida e consistente, encaixando os mutantes como peças de um jogo de xadrez no histórico período da Guerra Fria, fazendo desta época o marco zero da batalha entre humanos e mutantes, e também entre mutantes e mutantes. O roteiro conduz os fatos de forma linear, e misturar a ficção com bases históricas oferece outra dimensão nesta ficção, se encaixando perfeitamente dentro dos propósitos da história.

É direcionado para um público mais adulto do que juvenil, embora os jovens irão se exaltar por vários momentos com os personagens e cenas de ação que são frequentes do início ao fim. É um filme violento, comparado com os anteriores, mas não é explícito, e é isso que o caracteriza não apenas como adulto, mas também inteligente, porque a maioria da violência acontece mais na imaginação do que em imagens. Ou seja, eles oferecem o material, e o resto é criado por quem assiste. Isso acaba sendo mais chocante porque atinge as pessoas de forma individual, já que a imaginação é subjetiva.

Michael Vaugh sustenta a direção melhor do que o esperado, usando os elementos primários dos dois primeiros filmes dirigidos por Bryan Singer, mas ao mesmo tempo adicionando características próprias, trazendo um ar novo à série, algo que também havia sido perdido no terceiro episódio de 2006. Ele mesmo afirmou que o filme é fortemente inspirado nos anteriores dirigidos por Bryan Singer.

Os uniformes e o design artístico são maravilhosos, reproduzindo a década de 60 da maneira mais elegante possível. Alguns anacronismos existem, mas não atrapalham. Fãs ficarão impressionados com algumas referências e algumas participações especiais de personagens e atores da série anterior. Incluir Michael Fassbender, Kevin Bacon, Rose Byrne e Jennifer Lawrence na história só complementou as qualidades e o tom adulto do filme. Inclusive, Michael Fassbender estudou a atuação de Ian McKellen nos filmes anteriores durante o período em que se preparava para o papel de Magneto, justamente para que houvesse conexão entre os filmes. Senti que a trilha sonora era às vezes um pouco invasiva, apelando na sinestesia subliminar, mas que é possível ser esquecido perto de tantas qualidades.

O filme perde um pouco o interesse ao chegar próximo ao fim, amenizando a rebeldia de alguns personagens e transformando a separação e a guerra entre Magneto e Xavier algo um tanto pacífico para aqueles que esperavam um genuíno choque de ideologias.

Se o filme receberá uma sequência, é improvável, já que ele custou US$160 milhões e não foi o sucesso esperado nos EUA, embora ele tenha arrecadado mais de US$350 milhões no mundo.

CONCLUSÃO...
No geral, com certeza é a melhor adaptação de quadrinhos de 2011, e pode ser encaixada facilmente entre as melhores adaptações juntamente com as duas primeiras realizadas da série X-Men. Como disse anterioremente, é X-Men retornando à sua forma.

sábado, 2 de julho de 2011

O MELHOR PERSONAGEM MAIS DESVALORIZADO AINDA CONTINUA SENDO O MAIS DESVALORIZADO...

★★★★
Título: Lanterna Verde (Green Lantern)
Ano: 2011
Gênero: Ação, Ficção Científica
Classificação: 12 anos
Direção: Martin Campbell
Elenco: Ryan Reynolds, Blake Lively, Peter Sarsgaard, Mark Strong, Tim Robbins, Angela Bassett
País: Estados Unidos
Duração: 114 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Um piloto de testes ganha de uma raça alienígena um anel com poderes, assim como também o caracteriza como membro de uma esquadrão intergaláctica que tem como objetivo manter a paz no universo.

O QUE TENHO A DIZER...
Sinceramente não sei muito sobre o Lanterna Verde mais do que era mostrado nos desenhos animados da Liga da Justiça. Fãs tem considerado o filme uma adaptação aceitável e que se espelha bastante aos primeiros anos do personagem nos quadrinhos. Mas para mim a sensação é de que algo está faltando, e há diversas razões para isso.
Sendo um filme dirigido por Martin Campbell, o mesmo de excelentes filmes de ação como 007 Contra Goldeneye (Goldeneye, 1995), A Máscara do Zorro (The Mask Of Zorro, 1998), Limite Vertical (Vertical Limit, 2000) e Cassino Royale (Casino Royale, 2006), sinceramente eu esperava algo menos óbvio, mais interessante, cheio de ações intensas, diálogos bem construídos e cenas melhores realizadas, já que os fãs do personagem dizem que Lanterna Verde é um dos melhores e mais desvalorizados personagens da DC Comics. O roteiro foi escrito por quatro pessoas, que já é um número pra lá de necessário para saber que as coisas não estavam boas o bastante, e que do mesmo jeito não ficaram boas no fim.

A intensa produção industrial de filmes baseados em histórias em quadrinhos está criando uma situação como o próprio vilão do filme para a própria industria cinematográfica. Quero dizer: está sendo destrutivo para ela mesma, devorando tudo o que está perto, adaptando tudo e qualquer coisa possível apenas para encher as contas bancárias, dando zero atenção à qualidade.

Quando a nova geração de adaptações de quadrinhos chegou aos cinemas no começo de 2000, os filmes eram ótimos porque haviam sido planejados há anos. Só que o maior medo de todos era: até onde ou quando isso iria? Era apenas uma questão de tempo até essas adaptações virarem algo comum e habitual. E agora esta intensa produção está finalmente mostrando sinais de cansaço. O tempo entre a roteirização e pré-produção, até seu lançamento, está cada vez mais curto, algo em torno de 6 a 8 meses, e não podemos ignorar o fato de que isso acaba refletindo a qualidade. X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class, 2011), por exemplo, estava sendo planejado há anos e se tornou a melhor adaptação de quadrinhos de 2011 até o momento.

Quando vão fazer um filme, os estúdios tentam atingir o maior número de pessoas possível, o que justifica que as histórias não sejam nem adultas o bastante e nem ingênuas demais. Ao mesmo tempo também não pode ser inteligente em demasia e nem estúpido o bastante. Tudo tem que estar NO MEIO. Às vezes funciona, mas às vezes não, como nesse filme. Há também o fato da indústria ter criado um padrão e uma fórmula de adaptar quadrinhos que não está funcionando mais, e isso está ficando preocupante, pois a atenção pela qualidade não está mais como era antes.

Depois de uma hora de filme nada acontece e o vilão Parallax está apenas há algumas horas antes de engolir toda a Terra. É então que você se dá conta de que Lanterna Verde ainda não sabe nada da vida e dos poderes, e ele terá apenas 30 minutos de filme para se transformar no melhor super-herói possível com apenas 2 minutos de treino, conquistar a garota, lutar contra o Homem Elefante e destruir um monstro espacial que nem mesmo o melhor dos Lanternas foi capaz de destruir, como também matou o rei dos Lanternas, chamado Abin Sur. Isso é absurdo! Nem mesmo no desenho animado o Lanterna Verde é tão onipotente.

A melhor parte do filme é quando Parallax diz que Hall (Ryan Reynolds) é nada sem o anel, porque é a pura verdade e essa vulnerabilidade do personagem é o que o coloca junto aos demais na categoria de "heróis que ficam covardes quando perdem os poderes". Dos atores, Peter Sasgard é o único que oferece o tom sério que falta em todo o filme, mas seu talento também é desperdiçado. Os demais oferecem atuações irritantes, como Ryan Reynolds, que mais parece um retardado que descobre que tem poderes do que um adulto irresponsável. Além disso, não há uma única cena que eu pudesse ficar estarrecido ou sem fôlego porque nem mesmo os efeitos especiais são bons o bastante, parecendo muito mais um trabalho corrido feito por um estagiário do que qualquer outra coisa. Talvez isso seja o resultado do curto período de pós-produção e a falta de tempo para testes, como comentei acima.

Isso tudo significa que o filme não é bom porque força no argumento e nos acontecimentos, e as coisas acontecem incrivelmente rápidas apenas nos últimos 20 minutos em um filme de quase duas horas de duração. É difícil aceitar isso. Tem também uma cena de 5 segundos sobre o Anel Amarelo que não tem conexão com coisa alguma, algo do tipo: "Oh, esquecemos de dar um argumento sobre o Anel Amarelo! Tudo bem, vamos colocar essa cena e tudo vai ficar bem e talvez resolvemos esse assunto no segunod filme. As pessoas nem vão notar!"

CONCLUSÃO...
Um filme chato e mal feito. Poderia ter sido excelente, mas nem mesmo 4 roteiristas foram suficientes para dar o tom. Os fãs podem aceitá-lo como uma adaptação fiel pelos elementos usados para definir o personagem e seus poderes, mas como um filme é uma das piores adaptações feitas nos últimos 10 anos, aparentando muito mais uma adptação meia-boca dos anos 90. No fim é apenas mais um caça-níqueis, um filme para satisfazer fãs dos quadrinhos que se entusiasmam fácil e para pessoas que se satisfazem com qualquer coisa, mas não para despertar o interesse daqueles que não conhecem os quadrinhos ou que buscam assistir um filme de ação de qualidade.

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