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domingo, 14 de agosto de 2011

EXCELENTES INTERPRETAÇÕES...

★★★★★★★★
Título: Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaids)
Ano: 2011
Gênero: Comédia
Classificação: 14 anos
Direção: Paul Feig
Elenco: Kristen Wiig, Maya Rudolph, Melissa McCarthy, Rose Byrne, Wendi McLendon-Covey, Ellie Kemper, Chris O'Dowd, Jon Hamm
País: Estados Unidos
Duração: 125 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Uma mulher que não vem passando pelos melhores dias de sua vida é pega de surpresa e convidada pela sua amiga de infância a ser uma das Madrinhas de Casamento. O grande problema é que as demais Madrinhas ela desconhece e não tem intimidade alguma, o que acaba se tornando uma disputa de interesses e ciúmes para completar os seus dias de inferno.

O QUE TENHO A DIZER...
Missão Madrinha de Casamento foi uma das grandes surpresas de 2011 em comédia. Foi dirigido por Paul Feig, diretor com mais experiência em seriados como The Office e Nurse Jackie. O filme é produzido por Judd Apatow, famoso por comédias similares e de grande sucesso como O Virgem de 40 Anos (The 40 Year Old Virgin, 2005) e Ligeiramente Grávidos (Knocked Up, 2007) - e que vai ter uma continuação esse ano. O filme foi escrito e produzido por Kristen Wiig e Annie Mumolo. Kristen, que também é a atriz principal do filme, está ficando famosa nos cinemas agora, mas já era bem conhecida na TV como humorista e comediante por já estar há 7 anos frente ao Saturday Night Live. Foi muito bem recebido pela crítica e pelo público e chegou até a concorrer ao Oscar por Melhor Atriz Coadjuvante (para Melissa McCArthy) e Melhor Roteiro Original.

O filme é exatamente aquilo que parece ser: engraçado, leve e interessante, com personagens de personalidades bem definidas e que usam uma história simples para mostrar suas relações e crises pessoais. Tudo acontece em volta da personagem principal que é uma mulher vivendo os piores momentos de sua vida antes (e durante) o casamento de sua melhor amiga.

Ele tem sido comparado a outro filme que envolve grupo de amigos, o Se Beber Não Case (The Hangover, 2009/2011), o que não é justo porque este aqui pode parecer um filme de garotas (chickflick, como chamam lá fora), mas não é justamente por ter qualidades que filmes desse gênero costumam ignorar. Se Beber Não Case é uma celebração masculina sem qualquer outro interesse além de fazer as pessoas rirem e se divertirem com situações absurdas envolvendo a cultura às vezes machista e situações clichés de comédia usadas de maneira efetiva, ao contrário de Missão, que não chega a esses níveis absurdos.

A cultura feminina está no filme o tempo todo quando mostram todas as crises de casamento e a cultura de Madrinhas de Casamento, que é muito forte nos Estados Unidos. Mas isso é apenas um pano de fundo. Os dramas pessoais, as dificuldades de alcançar objetivos na vida, crises de relacionamento entre amores e amigos, o sentimento de que o mundo conspira contra suas vontades... tudo isso é universal e todos já passaram por isso ao menos uma vez na vida. O filme mostra isso de forma brilhante e em doses pequenas, sem parecer cafona devido ao bom uso da comédia para aliviar o que poderia ser melodramático e banal, caso o filme fosse um drama. Também não são momentos de graça fútil porque as interpretações desse grande elenco são fantásticas. As atrizes usam diálogos improvisados na maior parte do tempo, o que faz o filme correr naturalmente e sem pretenções ou intenções forçadas de ser engraçado, além disso não ser uma situação muito comum, mas que deu muito certo graças a insistência de Kristen Wiig para que as cenas fossem realizadas assim.

Kristen Wiig brilha e direciona o filme todo numa performance fantástica. Baseado ou não em experiências pessoais, ela veste a personagem perfeitamente. Rose Byrne (mais conhecida pelo seriado Damages) também tem momentos importantes e prova mais uma vez que está ficando melhor a cada novo trabalho. As outras atrizes coadjuvantes são bem colocadas na história, mesmo que algumas fiquem até um pouco subutilizadas, mas todas estão brilhantes de igual para igual e a interpretação de Melissa McCarthy, sem dúvidas, é de ficar impressionado ao mesmo tempo que é absurdamente engraçado, já que a atriz na vida real é completamente diferente da sua personagem masculinizada, rústica e briguenta.

CONCLUSÃO...
Previsível? Sim. Mas adorável do mesmo jeito. É impossível não ficar fascinado por personagens tão carismáticas dentro de momentos simples e naturalmente engraçados que nunca exigem mais do que boas e sinceras interpretações. É a prova de que é possível fazer uma comédia sobre e com mulherse sem parecer estúpido ou sexista.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

MAIS UM GRANDE EFEITO DE MARKETING...

★★★★
Título: Super 8
Ano: 2011
Gênero: Fantasia, Ação, Ficção
Classificação: 12 anos
Direção: J.J. Abrams
Elenco: Joel Courtney, Zach Mills, Rolley Griffiths, Elle Faning, Kyle Chandler
País: Estados Unidos
Duração: 112 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Um grupo de amigos resolve fazer um vídeo caseiro e durante os takes realizados em uma antiga estação de trem, presenciam e sobrevivem a um enorme desastre sobre trilhos que revelará surpreendentes acontecimentos a todos eles.

O QUE TENHO A DIZER...
Sinceramente não gostei desse filme e ninguém pode me culpar por isso.

Estava muito interessado em assistí-lo, por conta do trailer e de todo o mistério envolvido em cima da produção, algo bastante similar com o que J.J. Abrams instruiu ser feito com o material de promoção de Cloverfield (2008), já que ele foi o produtor. E para quem assistiu e gostou de Cloverfield, acreditou que Super 8 pudesse seguir uma premissa similar. O trailer fez o que era suposto, acendendo o fogo da curiosidade em uma campanha maciça, como sempre deve ser feito em circunstâncias como essa. Então ele foi lançado e recebeu dezenas de críticas positivas não apenas pela mída especializada como também do público leigo, mas as pessoas nunca contavam sobre o que era o filme para não estragar as surpresas, como se realmente houvesse algo de muito interessante para esconder.

Ter J.J. Abrams como diretor, roteirista e produtor era um atrativo muito grande, já que ele foi o criador de seriados televisivos que não fizeram estrondoso sucesso, mas que mudaram algumas estruturas narrativas que estavam muito batidas na televisão norte-americana e que ficaram no boca-a-boca da mídia por muito tempo como os seriados Felicity, Alias, Lost e o atual Fringe, dentre outros projetos que fracassaram apenas pela falta de audiência, mas com boas idéias. Depois que ele migrou para o cinema, vem construindo um legado sólido com sua produtora Bad Robot, e tem sido muito bom naquilo que tem se comprometido, chamando atenção de diretores como Spielberg, que também é o produtor deste filme e que garante alguma qualidade. É por isso que penso que este filme foi mais sobrevalorizado por conta dos nomes que estavam contidos nele do que pelo seu potencial, pois há o fato de existir um senso comum de que só porque há o nome de Spielberg, o produto é bom, o que não é verdade. Um filme ter qualidade é uma coisa, um filme ser bom, é outra. E este é uma dessas ocasiões em que o produto tem qualidade, mas não é bom, e no fim foi uma grande decepção e uma perda de tempo comparando com o que eu estava esperando.

Obviamente que há alguns fatores que chamam bastante a atenção e nos remetem a grandes clássicos do gênero, como E.T. (1982), por exemplo. A direção de arte é belíssima, reproduzindo o fim dos anos 70 da melhor maneira possível. Claro que alguns anacronismos existem, mas são esquecíveis e passam despercebido no olhar mais leigo e imediato. Além disso, a direção de Abrams é muito similar a algumas das características que fizeram de Spielberg uma referência na época, como o uso abusivo de travellings, panorâmicas e a grua. Os travelllings, principalmente na hora de fechar uma cena em um determinado personagem durante um momento de perigo, tensão ou fuga, para aumentar a dramaticidade da situação, é algo que Spielberg usa insistentemente em todos seus filmes e que de certa forma já virou uma piada, pois quem já conhece o seu estilo conseguem antecipar esses momentos tanto quanto o zoom dado em momentos de extremo drama em novelas mexicanas. Talvez Abrams tenha feito isso propositalmente, já que ele mesmo chegou a dizer que ele é um grande fã de Spielberg e o filme é uma homenagem aos primeiros filmes do diretor. Os atores jovens, muito convincentes nos papéis, tem uma química muito perfeita, o que dá aquela sensação-Goonies de nostalgia que não sentimos há muito tempo no cinema. Referências a clássicos estão lá o tempo todo. De Romero a Spielberg, de Ridley Scott a James Cameron, todos complementando as intenções. Logo, tecnicamente, o filme é ótimo.

Mas então ocorre o acidente de trem, e se você não assistiu o filme, não tem problema, porque vou contar detalhes mesmo assim. Primeiro, me desculpe, mas é impossível uma simples caminhonete destruir um trem inteiro daquela forma e transformar tudo em uma grande catástrofe sem precedentes, a física consegue explicar isso melhor do que eu. Segundo, como é possível alguém dirigir um carro diretamente contra um trem e bater contra ele, fazer o trem de 20 vagões explodir, tirá-lo inteiramente do trilho, jogar vagões pelo ar e destruir tudo a sua volta, mas continuar vivo e com apenas alguns arranhões no rosto? Sem sentido. Isso não aconteceria nem mesmo em Indiana Jones de tão inverossímel, forçado e absurdo.

Além do acidente também há o desenvolvimento da história. Demora horas para algo interessante acontecer, mantendo um tédio infinito naquela velha fórmula de suspense de nunca revelar a ameaça por inteiro, apenas por partes, como era feito em Alien (1979), o que é um vício do cinema que não funciona mais tão bem. Depois de uma hora fiquei com sono e desinteressado, as sequências de ação e tensão acabavam tão rápido quanto começavam e o fim foi algo muito decepcionante. Existe esse monstro que faz cachorros desaparecerem, mata e come pessoas e tudo que estiver à sua frente como um o Taz Mania, até o garoto de nobre coração dizer palavras mágicas que vêm de seu mais ingênuo espírito sem precisar de tradutor porque estes sentimentos são universais (???) e esse monstro finalmente para de criar o caos e decide voltar para seu planeta.

O que é isso?

CONCLUSÃO...
Sem dúvida eu esperava algo muito melhor, e isso não é culpa minha, é culpa do material promocional que divulgou o filme como um gênero que ele não tem, com uma narrativa que ele em momento algum faz, e com uma dinâmica que em momento algum acontece, tanto é que quase dormi várias vezes. Talvez se nada disso tivesse sido feito eu teria apreciado de maneira diferente. É um filme para adolescentes, e isso é o ponto positivo dele, mas até mesmo esse público sai do cinema sentindo que algo está faltando e não engolindo muito bem os absurdos porque, embora o filme seja também uma fantasia, ele não é tratado como tal como acontece no clássico incopiável e incomparável Goonies (1982).

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

ESTÁ FALTANDO MALDADE...

★★★★
Título: Professora Sem Classe (Bad Teacher)
Ano: 2011
Gênero: Comédia
Classificação: 14 anos
Direção: Jake Kasdan
Elenco: Cameron Diaz, Lucy Punch, Justin Timberlake, Jason Segel
País: Estados Unidos
Duração: 92 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Uma alpinista social baladeira, quebrada e sem talentos encontra como solução financeira dar aulas para o Ensino Fundamental.

O QUE TENHO A DIZER...
Sempre considerei Cameron Diaz uma boa atriz, até mesmo quando em filmes medianos ou em personagens que não exigiam demais de suas capacidades. Mesmo assim, esporadicamente ela fazia filmes com papéis bastante interessantes como O Casamento do Meu Melhor Amigo (My Best Friend's Wedding, 1997), Quero Ser John Malkovich (Being John Malkovich, 1999), Um Domingo Qualquer (Any Given Sunday, 1999), Gangues de Nova York (Gangs Of New York, 2002), A Caixa (The Box, 2009), dentre outros. Até mesmo em As Panteras (Charlie's Angels, 2000/2003) ela tinha momentos muito engraçados.

Professora Sem Classe parecia ser o filme que ela estava esperando para usar toda sua poderosa beleza e forte presença junto com o humor negro, já que ela anteriormente chegou a experimentar personagens com algum teor similar, mas com excessão de Um Domingo Qualquer, nenhum personagem que ela chegou a fazer foi inteiramente má tal qual a professora má parecia ser.

Bem... a professora é má, mas não totalmente, e muita maldade está faltando aí, como já era de se esperar. A personagem nada mais é que uma mulher amarga que vive uma vida infeliz, quebrada e sem seios fartos, mas que consegue usar Loboutins (a marca de sapatos patrocinou o filme para promover sua coleção de solas vermelhas). Ela não é inteligente o bastante para dar aulas, mas consegue ter o suficiente para ser uma professora. É um filme um tanto decepcionante para aqueles que esperavam não algo muito inteligente, mas ao menos uma personagem que pudesse usar e abusar de tudo aquilo que significa ser maldosa e ruim. Mas o conceito da palavra RUIM deve ser diferente para os roteiristas, pois o desenvolvimento do filme é bastante pobre.
Se ser ruim significa fumar maconha e dormir durante as aulas, por favor, eu já vi piores. Talvez os roteiristas deveriam ter assistido alguns clássicos de Bette Davis como inspiração sobre o que a palavra "má" significa entre os humanos, como nos filmes Servidão Humana/Escravos do Desejo (Of Human Bondage, 1934), A Carta (1940) ou Pérfida (The Little Foxes, 1941), apenas para começar, ou simplesmente prestado mais atenção em seus professores na infância.

Mas de qualquer forma, Cameron está ficando cada vez melhor com a idade e o seu tempo de comédia é muito bom, o que dá a impressão de que ela está apenas se divertindo no filme. Lucy Punch, como Amy Squirrel, é incrivelmente engraçada e talentosa. Para aqueles que não a conhecem eu sempre recomendo Adorável Júlia (Being Julia, 2004), em que ela faz uma aspirante a atriz de uma forma impressionante. Justin Timberlake faz a sua parte, assim como o resto do elenco, ajudando a salvar o filme de uma tragédia.

CONCLUSÃO...
No fim das contas é tudo sobre Cameron Diaz. Mesmo o filme sendo ruim, com um roteiro entediante e nem mesmo uma cena memorável ou alguma seqüência admirável, Professora Sem Classe é assistível apenas pela presença da atriz.
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