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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

UM DOS MELHORES TÍTULOS DE 2011...

★★★★★★★★
Título: Histórias Cruzadas (The Help)
Ano: 2011
Gênero: Drama, Comédia
Classificação: 12 anos
Direção: Tate Taylor
Elenco: Emma Stone, Viola Davis, Octavia Spencer, Bryce Dallas Howard, Jessica Chastain
País: Estados Unidos, Índia, Emirados Árabes Unidos
Duração: 146 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Sobre uma novata escritora branca que resolve escrever um livro contado a vida das empregadas domésticas negras e seus pontos de vista sobre o racismo que sofrem dentro das famílias que trabalham, e o tratamento que recebem daqueles que um dia eram crianças e que elas ajudaram a cuidar e dar a educação.

O QUE TENHO A DIZER...
O filme é baseado no best seller homônimo de Kathryn Stockett e dirigido pelo novato Tate Taylor, sendo este seu segundo trabalho como diretor de longa metragem, por isso a sensação de que o filme funciona mais pelas experientes atrizes que dominam todas as cenas do que pela direção.

A história toma carona na grande revolução social que ocorreu no estado do Mississipi na década de 60 a respeito da segregação racial existente e muito rígida no estado naquela época, onde os negros eram obrigados a ter uma vida social diferente e separada dos brancos, com igrejas, escolas próprias e lugares públicos diferenciados, além de diversas outras regras que eram impostas como leis, com direito a punição a quem descumprisse. Havia regras, por exemplo, que impediam os negros de conversarem com os brancos em lugares públicos, e os negros eram punidos legalmente caso isso acontecesse, como um crime, mesmo que a atitude tivesse partido dos brancos. O Movimento dos Direitos Civis neste estado durou aproximadamente 10 anos e a segregação só teve "fim" com decisão da Suprema Corte em 1969. "Fim" entre aspas porque, embora fosse proibido a distinção de raças em locais públicos, obviamente o racismo ainda continuou forte.

É um daqueles raros filmes sobre mulheres e forte conteúdo social que é prazeroso e gostoso de assistir, quando não deveria ser assim. Como dito, todos os créditos vão para o grandioso elenco que sabia exatamente o que fazer, dando o tom exato que cada personagem precisava de uma forma tão brilhante e expressiva que a presença do diretor parece ter sido dispensada.

Viola Davis (Aibileen Clark) mais uma vez surpreende com uma atuação simples e sutil que transcende uma carga dramática forte apenas com a presença, sobre uma mulher com um coração fragilizado e machucado pelos tempos difíceis, pelo preconceito e ignorância. O mesmo pode ser dito a Octavia Spencer (Mnny Jackson), o que faz das duas personagens principais uma parceria tão intensa e perfeita quanto Thelma & Louise. Bryce Dallas Howard, embora fazendo um papel que tem sua cara, esta bem diferente de seus trabalhos anteriores, tendo sido uma perfeita escolha para o papel da arrogante e racista Hilly Holbrook, que às vezes é carismática e compreensiva, e às vezes é a pior pessoa e mais ignorante que você poderia conhecer, sua atuação é um misto de pequenas e exageradas boas doses, fazendo rir, mas muitas vezes desejando o pior. Jessica Chastain é certamente a personagem mais carismática e engraçada, mas ser engraçada não significa que sua personagem só está lá para alivar o drama, mas mostrar o outro lado dele. Emma Stone é uma boa e jovem atriz, mas sua atuação é um tanto moderna para o filme, não se enquadrando na história e em todo o contexto daquela época. Talvez sua performance tenta tido esse propósito, já que a personagem é jovem e à frente de seu tempo, mas de qualquer forma parece deslocada em um filme que se preocupou demais com importantes detalhes.

É um filme um tanto longo e cansativo (Chris Columbus é um dos produtores, então isso já era experado), oferece cenas hilárias seguidas de outras de dar nó na garganta. A história poderia ter sido mais elaborada e não tratada com o teor simplório como foi, mas a sua importância de mostrar uma outra parte da história norte-americana existe e é real, esclarecendo muitas coisas sobre a cultura não apenas norte-americana, mas ocidental no geral. Os problemas raciais que ocorreram no estado do Mississipi é apenas um fragmento quando comparado com outros lugares e nações, sendo o filme um sinal de emergência para algo que ainda é extremamente atual quando analisamos o progresso social pelo mundo e concluímos que muito do que é mostrado continua acontecendo nos dias de hoje, mesmo que disfarçadamente.

CONCLUSÃO...
Não é um uma comédia romântica comum e muito menos um filme de garotas, como alguns podem pensar. Ele não tenta em nenhum momento fazer quem assiste se sentir enganado com um mágico final feliz. É um filme sincero e frágil tanto quanto suas personagens que são uma importante parte da história não apenas dos Estados Unidos, mas dos direitos humanos mundial.
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