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terça-feira, 22 de setembro de 2015

NÃO TÃO INCRÍVEL ASSIM...

★★★★★★
Título: A Incrível História de Adaline (The Age Of Adaline)
Ano: 2015
Gênero: Drama, Romance
Classificação: 12 anos
Direção: Lee Toland Krieger
Elenco: Blake Lively, Michiel Huisman, Ellen Burstyn, Harrison Ford
País: Estados Unidos, Canadá
Duração: 112 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Após um acidente, Adaline parou de envelhecer, e depois de longos e solitários anos, resolve ceder aos encantos de um jovem que trará várias de suas lembranças novamente ao presente.

O QUE TENHO A DIZER...
Adaline nasceu no reveillon de 1908, e aos 29 anos sofreu um acidente devido a causas inexplicáveis. O narrador até tenta explicar, mas isso pouco importa, pois a partir daquele instante ela parou de envelhecer. Aos 107 anos, ela segue o mesmo estilo de vida ponderado e discreto, como vem sendo desde quando fugiu pela primeira vez com medo de sua identidade ser descoberta e ser obrigada a dar explicações sobre algo que ela nunca encontrou respostas. A única pessoa que sabe de seu segredo é sua filha, a qual hoje mais parece sua avó, e é assim como disfarçam seus encontros esporádicos.

A vida de Adaline é solitária, cheia de memórias a cada esquina que passa e cada detalhe que vê, o que a transformou em uma excelente observadora, por sinal. Fisicamente ela é uma jovem mulher, mas sua elegância é clássica por conta do comportamento contido e no vocabulário bem estruturado que, às vezes, é até anacrônico para os tempos modernos.

Assim como o narrador diz logo no início, o que veremos será o primeiro e último capítulo da história de Adaline, que mais do que uma idade que carrega, também será uma era que ficará para trás, pois é esse o duplo sentido contido no título original, que traduzido deu a ele um "incrível" que não chega a ser tão incrível assim, embora pudesse ser.

A personagem poderia ter mil histórias para contar, afinal, com mais de um século de vida nômade, teria sido interessante vê-la em situações históricas mais do que apenas ouvi-la citá-las em um jogo de tabuleiro ou vê-la investir no Xerox antes da marca ser famosa, e assim justificar seu gordo pé-de-meia pro resto da vida. Mas da mesma forma como em O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case Of Benjamin Button, 2008), ou Te Amarei Para Sempre (The Time Traveler's Wife, 2009), dois outros exemplos de histórias sobre o tempo e o envelhecer que poderiam ser melhores do que aparentam, óbvio que novamente não conseguiram evitar cair no cliché romântico para resumir o mais rápido possível crônicas de uma longa vida para que uma história de amor bonitinha pudesse ser contada, a qual até tem um começo bastante bonito e emocionante como o gênero pede, mas que termina desempolgante e pouco convicente. Se não fosse Ellen Burstyn para dar um grand finale na emoção, tudo teria terminado plano e "chocho".

Mas como um todo, a direção de Lee Toland Krieger consegue dar um certo ritmo à narrativa, muito mais do que Celeste e Jesse Para Sempre (Celeste & Jesse Forever, 2012), um de seus filmes anteriores. Mesmo bastante previsível e com tropeços no roteiro, como a atenção ao excesso de coincidências, ou na apresentação de uma família liderada por um Harrison Ford que não faz a mínima diferença na história, o filme é agradável mesmo assim porque é leve, sem pretenção de ser melodramático, por incível que pareça. Blake Lively segura bem as pontas e consegue construir uma personagem convincente, e sua química com Michiel Huisman até renderá alguns suspiros apaixonados, mas para um filme que pende ao romantismo, a relação de ambos foi explorada em um tempo e espaço muito curtos nos longos 120 minutos para se tornarem grande coisa.

CONCLUSÃO...
A história de Adaline poderia ter sido incrível se não caísse na besteira dos clichés românticos. Mas como isso é inevitável, deve ser assistido como o gênero pede, e até consegue ser agradável como deve, desde que não seja levado a sério.
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