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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

"ESPECIAL" ENTRE ASPAS...

★★★★★★★☆
Título: Sense8
Ano: 2015
Gênero: Drama, Ficção, Ação
Classificação: 16 anos
Direção: Lilly e Lana Wachowski (The Wachowskis)
Elenco: Miguel Angel Silvestre, Doona Bae, Jamie Clayton, Tina Desai, Brian J. Smith, Tuppence Middleton, Max Riemelt, Toby Onwumere
País: Estados Unidos
Duração: 120 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Os Sense8 escaparam temporariamente de Wispers, e agora terão um tempo para respirarem aliviados e, talvez, curtirem o Natal, cada um a sua maneira e todos curtindo a maneira de cada um.

O QUE TENHO A DIZER...
Logo depois que a primeira temporada de Sense8 foi lançada, fiquei um tanto perplexo ao saber que o sucesso da série não era esperado e, por isso, uma segunda temporada não estava nos planos. Talvez isso tenha acontecido pela sequência de fracassos das irmãs Wachowski nos cinemas desde o fim da trilogia Matrix, não emplacando um sucesso sequer desde então, seja em crítica ou bilheteria.

Por diversos fatores logísticos e de agenda, a segunda temporada do hit de 2015 não pôde ser produzida em tempo para o lançamento ainda em 2016, o que causou a frustração de todos que aguardavam ansiosamente pela reunião dos 8 personagens contectados telepaticamente.

Para satisfazer os fãs, um "especial de Natal" bem recheado foi lançado no dia 23 de dezembro. Bem recheado por conta dos seus quase 120 minutos de duração, tempo suficiente para deixar qualquer um satisfeito. Claro que a impressão de ser apenas um "tapa buraco" não deixa de ser latente, pois a verdade é que este "tal" episódio especial nada mais é do que os dois primeiros episódios da nova temporada ainda não lançada, adiantados para amenizar a impaciência da audiência. De natalino, se for prestar bastante atenção, o episódio nada tem além de uma sequência de uns 10 minutos com o elenco fazendo cara de esperança na vinheta da Globo e cantando errado no meio da multidão. Tanto é assim que, justamente por isso, a segunda temporada, a ser lançada em Maio (ainda?), terá apenas 10 episódios, e não 12, como esperado.

É puro marketing. Foi a forma do Netflix garantir que seus assinantes não se esqueçam que Sense8 ainda existe. Isso se chama falta de planejamento. É o mesmo que ocorreu com Jessica Jones, que já era pra ter tido sua segunda temporada lançada neste segundo semestre, mas foi adiada para 2017 devido a atrasos.

Idependente disso, a série reestreou chamando atenção pela substituição de Aml Ameen por Toby Onwumere para viver o queniano Capheus. Isso ocorreu por desentendimentos entre Aml e a criadora Lana Wachowski. No mais, nada é claro. Supõe-se que seja por desavenças a respeito de cenas sexuais ou até mesmo declarações preconceituosas do ator, mas isso são apenas boatos. Não é à toa que a troca rende até uma piadinha interna no especial quando o amigo do personagem pergunta: "Vc parece estar diferente?".

O episódio da um grande salto de tempo, com Will (Brian J. Smith) e Riley (Tuppence Middleton) escondidos do grande vilão Wispers (Terrence Mann). O casal agora descobriu que Will não precisa ficar inconsciente o tempo todo, desde que ele não veja ou ouça coisas que possam levar o vilão a perceber o ambiente ao redor e assim descobrir seu paradeiro. Só me pergunto como Will ainda não se viciou em morfina (ou seja lá o que ele use) depois de tantas doses. Mas enfim, deixemos isso pros roteiristas...

No mais tudo continua onde a primeira temporada parou, sendo um bom episódio. Tudo muito bem dosado entre a ação, comédia, romance, drama e até um repeteco da "orgia" da temporada passada. Tem tudo para agradar aqueles que estavam na espera, além da sensação de ter que esperar novamente até a reestréia oficial. A breguice (ou cafonice) de Lana e Lilly Wachowski aparece em alguns momentos ou outros, mas nada que estrague o produto como é corriqueiro acontecer em seus longas metragens.

Mas o drama aqui se destaca, principalmente na relação de Lito (Miguel Silvestre) com as pessoas a sua volta depois de aceitar sua sexualidade. A pressão social que ele sente, o assédio que começa a sofrer de sua equipe de trabalho e até mesmo de onde mora, e o conflito familiar (bastante recompensador). Miguel faz um excelente trabalho, e não é à toa que suas cenas acabam sendo as mais emocionantes.

Sun Bak (Doona Bae) continua presa. Literalmente. Presa em uma cela e presa no roteiro. Parece que eles não sabem como tirá-la de lá e, por essa razão, ela virou uma personagem muleta, só aparecendo quando o próprio roteiro não sabe salvar outros personagens do perigo. Um desperdício quando ela é uma das mais interessantes e subutilizadas da série. O mesmo sobre Daryl Hannah. Qualquer atriz poderia ter feito o que ela fez na primeira temporada: morrer logo no primeiro episódio e aparecer esporadicamente como um espectro. E nesse episódio ela retorna no mesmo papel inútil e subaproveitado. Deve ser um saco ter que aparecer no estúdio para usar uma roupinha suja e gravar por apenas 3 horas. Ela realmente deve estar precisando muito do dinheiro.

No mais, o episódio é o mesmo Sense8 que foi na primeira temporada. Com uma comemoraçãozinha forçada de Natal aqui e alí por uns 10 minutos, para logo depois todo esse espírito natalino voar pelos ares em uma guerra bairrista que se inicia em Berlim entre as facções existentes para dominar o legado abandonado com a morte do tio de Wolfgang (Max Riemelt), o que provavelmente será uma das tramas principais da nova temporada.

CONCLUSÃO...
Matará a saudade de quem esperava e preparará todo mundo para o lançamento da segunda temporada completa em Maio.

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