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sexta-feira, 10 de julho de 2015

HÁ MELHORES VIAGENS...

★★★★★
Título: Projeto Almanaque (Project Almanac)
Ano: 2015
Gênero: Fantasia, Ação
Classificação: Livre
Direção: Dean Israelite
Elenco: Jonny Weston, Sofia Black-D'Elia, Sam Lerner, Allen Evangelista, Virginia Gardner
País: Estados Unidos
Duração: 106 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Um jovem cientista descobre que no porão de sua casa há uma máquina secreta desenvolvida pelo seu falecido pai e que pode se tratar de um protótipo de uma máquina do tempo.

O QUE TENHO A DIZER...
Filmagens em primeira pessoa já deixaram de ser novidade faz tempo. Não é algo que impacta mais porque, frente a tantas produções feitas neste estilo desde A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999), perdeu-se aquela essência experimental interessante. Para inovarem, diretores e roteiristas tem feito uma mistura de estilos narrativos que viraram bagunça de linguagem. Seria como assistir um filme em que cada personagem fala uma língua diferente. Se é pra fazer dessa forma, que seja bem feito. É então que voltamos aos clássicos problemas dos filmes mais atuais neste estilo, como também acontece no recente No Olho do Tornado (Into The Storm, 2015). A inabilidade do diretor é bem grande, havendo partes em que a mudança brusca do tipo de filmagem realmente não encontra uma coerência.

Embora seja um filme tipicamente infantojuvenil, o longa de estréia do diretor Dean Israelite às vezes parece subestimar a inteligência desse público, como no momento em que um dos personagens analisa um fio, dizendo ser de uma tecnologia que apenas o Governo tem, e aí o protagonista simplesmente liga o equipamento em uma televisão. Simples assim. Tecnologia que apenas o Governo tem, mas que pode ser resolvida com uma velha televisão de tubo e um XBox. Além de tudo, de repente, tudo se torna muito simples de ser feito, como em qualquer aplicativo de celular.

Apesar de tudo isso, o filme consegue mexer com o imaginário, colocando na tela tudo aquilo que, talvez, todos nós gostaríamos de fazer se pudéssemos voltar ao tempo, desde simplesmente consertar os erros dos quais nos arrependemos, ou aproveitar momentos que não pudemos por alguma razão, até coisas mais fúteis como ganhar na loteria para comprar um carro potente e ser popular. A graça de tudo começa aí, depois de 50 minutos, e não há como não se identificar com essas fantasias. Uma pena que a história desperdiça um pouco a oportunidade de ser mais nostálgica e imersiva da forma como a narrativa tenta propor. Ao invés disso, perde muito tempo em um Festival Lollapalooza e no casal principal que não se resolve nunca, se transformando em uma história boba de amor adolescente que não convence.

Claro que em um momento obsessivo do protagonista tudo começa a dar errado, e os efeitos borboletas e dominós começam a desencadear, como aconteceria em qualquer filme desse tema. É unica e simplesmente diversão despretenciosa com fantasia limitada.

Definitivamente há filmes melhores sobre o tema.

CONCLUSÃO...
Nada mal para um filme de baixo orçamento, mas também não há nada de excepcional que impressione. Como dito, é um filme que será mais apreciado pelo público para o qual ele foi direcionado, embora nem ele mesmo possa se sentir muito impressionado porque há melhores viagens.

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