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terça-feira, 3 de março de 2015

OS 31 MELHORES FILMES DE 2014 (ATÉ AGORA)...

Aqui vai a lista anual. Estes, que considero os melhores de 2014 dentre os que consegui assistir e/ou ler a respeito. Novamente foi um ano que pouco assisti do cinema além do norteamericano. Sinto falta, mas porque também percebo que há poucas indicações pelos websites afora. Reafirmo que é uma lista pessoal, não há uma ordem específica e a numeração é só pra facilitar o serviço. Muitos ficaram de fora da lista ou porque ainda não assisti e pouco li a respeito, ou porque desconheço. No geral foi um ano bem agradável no cinema, com introdução de novos aspectos no cinema comercial que já existiam nos filmes independentes. As filmagens com câmeras na mão se tornaram tão comuns nos últimos anos que agora tomam outras densidades, e a câmera estática, que foi quase esquecida, agora toma ares nostálgicos quando utilizada. O "nude" não atingiu só a moda, atingiu o cinema também, mas aqui na ausência total da maquiagem, ou fazer dela um suporte que não exceda o básico. Tudo a favor do ultrarealismo que foi a grande evidência de alguns títulos em 2014. Um ano interessante, de um sopro de mudanças nos filmes mais comerciais.

01. O DUPLO (THE DOUBLE)
Outro filme também de 2013 e que pousa por aqui apenas em 2014, é baseado no livro homônimo de Dostoyevsky. Richard Ayoade, que dirige e escreve, exagera na atmosfera psicológica e no fim leva o espectador a lugar algum. Apesar disso vale ser visto por alguns quesitos técnicos como a fotografia, o design de produção, a trilha sonora e os incríveis enquadramentos que intensificam mais ainda essa atmofera confusa e alucinante. É notável que foi feito com muito carinho pelo diretor, mas não há uma clareza ou um ponto determinante para um denominador comum.

02. UM MILHÃO DE MANEIRAS DE PEGAR NA PISTOLA (A MILLION WAYS TO DIE IN THE WEST)
Depois de Sua Majestade (Your Higness, 2011), essa é a comédia mais politicamente incorreta dos últimos 5 anos. Enquanto o outro filme satirizava aventuras medievais, este satiriza não apenas o velho oeste norteamericano como muitos assuntos atuais, tudo misturado em uma realidade até surreal. Seth MacFarlane também escreveu e dirigiu Ted (2012), outro filme bem politicamente incorreto que fez muito sucesso. Cheio de piadas prontas, não é estranho encontrá-lo figurando nas listas dos piores filmes, o que é bastante compreensível, já que é recheado de situações constrangedoras, e o constrangimento naturalmente anula as percepções. Não é todo mundo que consegue assistir sem se importar com isso.

03. O GRANDE HOTEL BUDAPESTE (THE GRAND BUDAPEST HOTEL)
Wes Anderson está ficando impossível. Desde quando se lançou como diretor e roteirista lá em 1996, ele só tem filmes bons no currículo, que melhoram progressivamente a cada novo trabalho ao ponto de acreditarmos que o próximo nunca superará o anterior. Se em Moonrise Kingdom (2013) muita gente já achava que ele tinha alcançado o nirvana profissional, Grande Hotel prova que Anderson ainda tinha mais a fazer e mostrar. Sem dúvida tem se destacado como o diretor mais original de sua geração, que mescla de maneira fantástica a linguagem comercial e alternativa sem qualquer esforço, além de, acima de tudo, ser um dos melhores contadores de histórias do cinema atualmente. Fantástico, bizarro, belo, leve e poético em imagens, como sempre são seus filmes. É o Jean-Pierre Jeunet norte-americano.

04. 300: A ASCENÇÃO DO IMPÉRIO (300: RISE OF AN EMPIRE)
Continuação do sucesso de Zack Snyder de 2006, o filme não é lá a excelência esperada, mas utiliza as fórmulas do primeiro muito bem. O grande bem feito da história é ela ser uma pré-continuação, uma história paralela e uma continuação do original, tudo de uma só vez em uma única narrativa, além de ter utilizado algumas referências históricas, como a guerra entre gregos e persas na Batalha de Salaminas e que encaixou muito bem tanto para o filme original quanto para os diferentes tempos narrativos da continuação. Diálogos muito ruins de doer e algumas cenas sexuais bastante apelativas que podiam ter ficado de fora, mas mesmo assim tem seu mérito entre os horrorosos filmes de ação do ano.

05. COMPLICAÇÕES DO AMOR (THE ONE I LOVE)
Essa dramédia que estrela Mark Duplass e Elisabeth Moss é nada mais do que mais uma divagação sobre uma relação estagnada. Uma história comum, com discussões comuns, dentro de acontecimentos surreais em um filme que, a princípio, é esquisito, mas quando abstrai-se o absurdo e compreende-se que ele foi apenas uma ferramenta para que os personagens possam conflitar saudavelmente entre si, a essência do filme é bastante relevante e atual. E o final é surpreendente.

06. GAROTA EXEMPLAR (GONE GIRL)
Está longe, muito longe de ser um excelente filme de suspense como a crítica geral aponta. Há sempre uma certa superestimação em cima dos filmes de David Fincher, assim como nos filmes de Spielberg ou Sodenberg. E isso é muito chato. O roteiro foi escrito pela própria autora do livro, o que já não é lá muito interessante porque tropeça ao tentar transpor muito da obra no roteiro. A grande graça está em ler o livro e depois assistí-lo. Ver que os personagens, ambientações e a progressão da história, tudo chega muito próximo do que é descrito em primeira pessoa pela autora é bastante interessante, naquela sensação de "é assim com eu imaginava". O trabalho desempenhado por Rosamund Pike também é excepcional. Sutil e contida quando deve ser, e exagerada quando os momentos pedem. Tudo muito bem dosado. Para quem leu o livro e depois ver o filme perceberá que há sentido em todos os olhares que ela faz. Vale também por isso.

07. TERRA PARA ECHO (EARTH TO ECHO)
Está em falta no cinema filmes infantojuvenis mais fantasiosos e aventureiros como esse. Evidentemente inspirado nos clássicos E.T. (1982) e Goonies (1985), além de uma forma de narrativa extremamente similar de Poder Sem Limites (Chronicle, 2012), tudo é uma aventura de baixo orçamento bastante emocionante que a Disney fez uma grande besteira em não ter feito sua promoção e distribuição. Para crianças e adolescentes, tudo é muito atual e familiar, para os mais velhos, pura nostalgia. Simples e delicioso.

08. MAPA PARA AS ESTRELAS (MAPS TO THE STARS)
É um daqueles títulos, como vários desse ano, que fica no meio termo. Se eu fizesse uma lista dos "FILMES MAIS OU MENOS DE 2014", esse título de David Cronemberg estaria lá. Cru e perverso como sempre, o diretor não poupa o espectador do pior, mas dessa forma faz tudo de forma mais sutil e natural para não ser tão chocante quanto os próprios temas já são. Com várias narrativas paralelas, o filme se perde como uma unidade, mas as histórias particulares se engrandecem sozinhas. A história de Havana e a de Benjie ultrapassam o trágico, e a performance de Julianne Moore pode ser curta, mas está entre suas melhores.

09. DOIS DIAS, UMA NOITE (DEUX JOURS, UNE NUIT)
O que falar desse filme sobre a crueldade do sistema, o assédio moral no trabalho e o constrangimento no qual as pessoas são obrigadas a passar para se manterem em subempregos para ter alguma dignidade na vida fora do trabalho? Um maravilhoso, desgastante e terrível ponto de vista dos irmãos Dardenne sobre tudo isso, além de Marion Cotillard em uma de suas melhores performances. Humana, verdadeira e desesperada, como qualquer pessoa em seu lugar ficaria.

10. GUARDIÕES DA GALÁXIA (GUARDIANS OF THE GALAXY)
Aventura espacial bastante satisfatória para aqueles que não querem pensar muito. Aventura Marvel clássica para aqueles que gostam das fórmulas da produtora. Heróis que nada tem a ver uns com os outros, mas que de tão isolados do mundo que estão, é isso o mais próximo de uma família que eles poderão chegar. Claro que uma metáfora saudável de que ser diferente e excluído nem sempre é um problema. É Marvel tendo em suas histórias contextos sociais bastante disfarçados. E tudo funciona bem e diverte.

11. HOUSEBOUND
Filme neozeolandês que pouca gente irá assistir, e que tem de tudo um pouco para quem gosta de suspense, terror, comédia e gore. É uma grande lambança que dá muito certo, pois não esconde em nenhum momento que sua função é ser propositalmente debochado e trash, e figura nessa lista porque o diretor prova mais uma vez que cinema é um exercício de técnicas, e se bem usados ele pode levar a audiência para o lado que quiser. E é o que ele faz.

12. HERCULES
Mais um filme de ação bate e arrebenta que tinha que estar na lista. Não sabe se quer ser engraçado, chocante ou realista. Não sabe se quer levar Hercules a sério ou se querem debocha-lo. Não sabem se querem atingir o público adulto ou o adolescente. Não sabe se é um filme de guerra ou de ação. De qualquer forma, dentre todas as produções com abordagens mitológicas nos últimos anos, este talvez seja o mais aproveitável e que chegou o mais próximo possível do que a mitologia diz sobre o nem-sempre-herói.

13. BOYHOOD
Ah... este filme encantou corações. Foi a nostalgia que o fez atingir a popularidade que alcançou, já que seu estilo um tanto experimental, lento e aparentemente superficial, além de seus 165 minutos, são tudo aquilo que o público comum mais detesta. Mas é sempre muito interessante ver a forma como Linklater transforma o tempo em um personagem vivo em seus filmes. Aqui não seria diferente. E ele consegue ir mais além, chegando o mais próximo possível da realidade e que atinge cada um que o assiste de forma singular.

14. GATA VELHA AINDA MIA
Esse pequeno e muito modesto filme nacional merece atenção. Regina Duarte sai de sua zona de conforto e explode em uma performance cheia de camadas e nuances ao interpretar Gloria Polk, uma escritora feminista, colérica, excêntrica e por algumas vezes até diabólica. O roteiro pode se perder e a participação de Barbara Paz pode soar um pouco forçada ou fora de contexto, mas Regina domina todas as cenas e merece ser vista em um de seus melhores papéis da carreira (se não for o melhor).

15. CAKE
Mais um filme em que é a personagem quem manda na história. Jennifer Aniston também sai de sua zona de conforto e encarna uma mulher comum que sobreviveu a um grave acidente e hoje sofre de dores crônicas. Para aqueles que já estavam enjoados da atriz por conta da superexposição que teve em Friends e de papéis semlhantes que interpretou ao longo de todos esses anos no cinema, chegou a hora de colocar os preconceitos de lado e apreciar essa que foi uma das maiores interpretações do ano. E isso não é exagero. O roteiro também se perde, personagens entram e saem da história sem muito sentido... mas tudo isso pouco importa porque é Aniston e sua personagem quem direciona tudo.

16. DOIS LADOS DO AMOR (THE DISAPPEARANCE OF ELEANOR RIGBY)
Nem sempre uma relação acaba porque acaba o amor. Muitas vezes ela acaba porque não há condições de continuar nela. Esse filme mostra esse terrível conflito que um casal amarga e não consegue encontrar solução para isso. Delicado e verdadeiro sobre um amor que ainda existe, mas que agora viaja em um vácuo.

17. BIRDMAN
Ame ou odeie, é o filme lançado em circuito comercial mais ousado do ano. Tal qual como Gravidade (2013), de seu conterrâneo Cuaron, Iñarrítu também se joga na idéia dos planos sequencia, ou seja, longas cenas filmadas sem cortes que podem durar de 5 a 15 minutos, dependendo da disposição do diretor e da capacidade de filmagem do equipamento. A idéia de Iñárritu foi fazer um filme em que os 110 minutos de duração passasse a sensação de ser uma cena só, da mesma forma como Hitchcock fez com os 90 minutos de Festim Diabólico (Rope, 1948), se aproximando mais daquilo que Gustavo Hernandez tentou com o independente A Casa Muda (2010), só que o dinamismo e a mudança de cenários fizeram Birdman um grande desafio. Tecnicamente impossível de ser feito em uma única filmagem, o filme foi dividido em vários planos sequência. Para que na edição os cortes não ficassem expostos, foram utilizadas técnicas de interrupção do panning (movimento da câmera), até mais avançadas como sobreposição de imagens ou manipulação digital da iluminação. É tudo isso que causa esta sensação ininterrupta de filmagem. Dentro do contexto do filme, foi a maneira que o diretor teve de passar ao espectador a sensação claustrofóbica e aflitiva vivida pelo personagem principal. Para fazer isso a sincronia técnica tinha que ser perfeita, e ela é. Um filme montado de uma forma absurda e interessantíssima. São os mexicanos ousando onde os norteamericanos morrem de medo.

18. O ANO MAIS VIOLENTO (THE MOST VIOLENT YEAR)
Esse suspense político, policial e até social sobre a máfia moderna norte-americana talvez seja o resumo mais próximo do real de como o meio é um ambiente transformador do homem quando nele estão em jogo o dinheiro e o poder. É o processo de transformação do herói para o anti-herói, e do anti-herói para o vilão. Toda a trajetória do mocinho em bandido de forma muito clara. O desenvolvimento desse processo é brilhante e moralmente chocante. Depois de assisti-lo muitas coisas ficam mais claras para compreendermos porque a honestidade na política e na economia são praticamente impossíveis.

19. LIVRE (WILD)
A incrível aula de superação, recheada de clichés do gênero, como drogas, perdas, muita poeira e suor, belas paisagens e animais selvagens desfilando para as câmeras, evidentemente não chega lá a ser algo muito original e nem mesmo empolgante em um filme baseado em fatos reais sobre as memórias de Cheryl Strayed e os mais de 1700km percorridos por ela à pé pela Costa do Pacífico. Mas Reese Witherspoon consegue dar uma desidade bastante interessante e Laura Dern volta a ganhar destaque nas grandes telas, mesmo que por pouco tempo.

20. SELMA
Filmes de temáticas raciais são sempre interessantes para que as gerações atuais sejam relembradas do sofrimento que os homens são capazes de causar a eles mesmos. A marcha de Luther King de Selma para Montgomery é uma das respostas a isso dentro da História. Por mais que o filme soe explorador por vir quase que exatamente um ano após 12 Anos de Escravidão (2013) e ser também produzido por Brad Pitt, muito se falou da pouca atenção dada ao filme e aos negros na temporada de premiações, mas pouca gente se lembra de que a população negra não deve ser lembrada apenas quando filmes de temáticas raciais são lançados. Portanto, para compreendermos o presente, o filme é um excelente material para conhecermos o passado, mas deve ser visto apenas dessa forma.

21. CAPITÃO AMERICA: O SOLDADO INVERNAL (CAPTAIN AMERICA: THE WINTER SOLDIER)
É um dos filmes que não assisti, mas a crítica em geral (tanto especializada quanto a leiga) o considerou o melhor filme da Marvel baseado em seus heróis (depois de Guardiões da Galáxia a disputa de preferência agora parece ter ficado acirrada). De qualquer forma, Marvel encontrou a fórmula certa para desenvolver suas histórias, ainda mais agora, apadrinhada pela Disney, vai ficar difícil não ter força para se superar cada vez mais. Basta saber se as fórmulas evoluirão junto, ou se serão mantidas na zona de conforto.

22. O JOGO DA IMITAÇÃO (THE IMITATION GAME)
Assim como Whiplash, o filme também fazia parte da lista negra de Hollywood, lista cujos roteiros que fazem parte dele são considerados os melhores, mas que nunca haviam sido filmados. Não apenas Benedict Cumberbatch dá um show, como também o roteiro, ao ser livremente baseado na história real de Alan Turing, um criptoanalista responsável por salvar a vida de milhares de pessoas, mas acabou caindo em uma intriga de espionagem e sofreu perseguição por ser homossexual. Não é um filme de temática GLS ou socio-militante, mas é mais uma prova de como o ser humano não apenas é ingrato como também desumano com ele mesmo.

23. WHIPLASH
Miles Teller e J.K. Simons conseguem fazer algo que quase sempre é impossível: transformar uma história fictícia em algo tão visceral e emocionante que nos faz acreditar que aquilo tudo foi uma história verídica. Bem... em partes, já que o roteiro, escrito pelo também diretor Damien Chazelle, é baseado em suas próprias experiências em uma banda de jazz durante o colégio. Depois que o filme surpreendentemente entrou na temporada de premiações, ele merecidamente tem recebido mais atenção do público. Simons finalmente sendo consagrado com o Oscar e o Globo de Ouro por um trabalho, e Teller provando outra vez que é um dos novos e promissores atores de sua geração, tal qual fez em O Espetacular Agora.

24. PARA SEMPRE ALICE (STILL ALICE)
Ainda não assisti, mas para Juliane Moore ter abocanhado quase todos os prêmios da temporada, o filme deve valer a pena.

25. CAMINHOS DA FLORESTA (INTO THE WOODS)
Até mesmo para quem não gosta de musicais, como eu, vai acabar gostando desta versão cinematográfica de um clássico da Broadway. Novamente dirigido por Rob Marshall, o diretor parece não se cansar do gênero. Dizem que houve vários problemas e discussões durante a produção, o que colocou em dúvida a qualidade do filme. No fim tudo isso provou que, sendo verdade ou boato, valeu a pena. Até porque as canções foram gravadas em estúdio, mas com os atores as representando como em cena, o que trouxe maior precisão na hora da mixagem e edição.

26. O ABUTRE (NIGHTCRAWLER)
Este filme neo-noir é um daqueles esquisitos do ano, e Jake Gyllenhaal tem se especializado em personagens tão (ou mais) esquisitos quanto e sua performance chega a ser assustadora e aflitiva. Hollywood nunca esteve pronta para filmes mais crus como esse, ou como foi Drive. Por essa razão o filme foi um tanto esnobado, mas não tira seus méritos.

27. PLANETA DOS MACACOS: O CONFRONTO (DAWN OF THE PLANET OF THE APES)
Embora tenha servido apenas como um "filho bastardo" para justificar a existência de uma terceira parte, ele conseguiu cumprir o que prometia e o que o público cobrava. Se o primeiro foi bom, o segundo consegue ser tão bom quanto.

28. X-MEN: DIAS DE UM FUTURO ESQUECIDO (X-MEN: DAYS OF FUTURE PAST)
Foi a tentativa de Bryan Singer em se desculpar com os fãs e tentar consertar a bagunça cronológica que a franquia virou. Mesmo que o filme tenha erros de continuidade às vezes tão horríveis quanto Guerra Mundial Z (2013) e ignore algumas cronologias que o próprio Singer havia criado no universo dos heróis da Marvel, o que mais vale a pena aqui é que o diretor sabe agregar um grande elenco, e os fãs novamente terão o prazer de vê-los como os quadrinhos mostravam: como uma equipe de verdade.

29. OLHOS GRANDES (BIG EYES)
Ame ou odeie Tim Burton, é sempre interessante ver uma história através de sua visão peculiar do mundo, principalmente quando é baseado em fatos reais, como é este filme sobre a vida da pintora Margaret Keane e sua briga judicial com seu marido, que alegava que as obras eram suas. Não chega a ser um Ed Wood (1994), mas mesmo assim há sua graça, e não há como errar com Amy Adams e Christoph Waltz.

30. QUE HORAS ELA VOLTA
Baseado nas próprias experiências da diretora e roteirista Anna Muylaert com sua babá, este filme é uma importante análise social entre os limites familiares e a relação trabalhista e hierarquizada entre uma família e uma pessoa contratada para trabalhar pra ela. Também mostra o impacto social sofrido no país nos últimos anos, onde a possibilidade da mobilidade social é muito maior, e que o dinheiro e conquistas não se limitam mais a apenas uma classe favorecida. Junta-se a isso a interpretação de Regina Casé, sempre muito humana e brasileira como sempre, recheada de referências de um Brasil que se encontra nela de norte a sul.

31. THE BABADOOK
Filmes australianos são geralmente bons, mas os de terror geralmente são uma tragédia. Parte da seleção oficial do Festival de Sundance, a crítica especializada o tem considerado como um dos melhores filmes de horror dos últimos anos. Até mesmo William Friedkin, o diretor de O Exorcista (1973), chegou a publicar em seu Twitter que o filme é realmente assustador e entrou pra sua lista de melhores, junto com Psicose (1960), Alien (1979) e Diabolique (1955). A releitura do "monstro do armário" é uma produção pequena que utiliza truques de câmera, edição e trilha sonora para criar o clima aterrorizante sem a necessidade de efeitos especiais, como tem sido o erro da maioria dos filmes de terror atualmente. É a prova de que terror não se faz com tecnologia, mas com técnica.

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