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terça-feira, 6 de maio de 2014

OS 26 MELHORES FILMES DE 2013 (ATÉ AGORA)...

Aqui vai a lista daqueles que considero os melhores de 2013 dentre os que consegui assistir e/ou ler a respeito. Tem muito, mas não tanto quanto teve em 2012. Volto a ressaltar que é uma lista um tanto pessoal, não há uma ordem específica e a numeração é só pra facilitar o serviço. Muitos ficaram de lado ou porque ainda não assisti e pouco li a respeito, ou porque desconheço, mas no geral foi um ano em que senti que os filmes fora de circuito comercial sofreram bastante para se promoverem e criarem vida própria pela rede, como geralmente acontece. Um ano cheio de bobagens boas, por sinal.

01. PHILOMENA
Stephen Frears conseguiu pegar a dura história real de Philomena Lee e dar leveza a ela, além de também tratar de um tema difícil sem tomar partidos. Mas o material que ele oferece é suficiente para o próprio espectador tirar suas próprias conclusões sobre temas como religião, a força do perdão e a fé, além da grandiosidade da alma desta mulher, muito bem representada por Judi Dench que foge de personas mais sérias e britânicas e apresenta uma senhora doce, ingênua e carismática. Tudo isso faz de Philomena um dos melhores e mais memoráveis de 2013.

02. 12 ANOS DE ESCRAVIDÃO
Depois de Django Livre (Django Unchained, 2012), era necessário que o cinema de Hollywood falasse novamente do mesmo tema, mas dessa vez sem a fantasia e a ironia particular de Tarantino. O resultado disso foi a adaptação de Steve McQueen de uma obra verídica escrita no século XIX por Solomon Northup, o protagonista da história, e que perdeu-se com o tempo por razões desconhecidas. O resultado disso é um filme que, embora tenha uma carga dramática esperada e que explore o tema de maneira previsível, consegue retomar a discussão do tráfico humano, do trabalho escravo e exploratório que ainda existe e, por incrível que pareça, ainda são temas atuais. Além disso, a crueldade sofrida pelos protagonistas vividos pelos atores Chiwetel Ejiofor e Lupita Nyong'O é tão impactante que conseguimos sentir a dor e o cheiro do sofrimento e da crueldade do próprio homem com ele mesmo.

03. HER
Spike Jonze acertou em cheio no seu primeiro roteiro solo. Sua direção impecável, a fotografia fria e distante mostram a possibilidade e a probabilidade de um futuro próximo onde a individualidade e a ausência da relação e interação entre as pessoas será uma das maiores características da humanidade, ao ponto de acreditarmos em um sistema operacional criado e desenvolvido especialmente para suprir as necessidades de afeto e compreensão. Sem criticar as escolhas dos personagens, Jonze cria uma história de amor diferente, ingênua, idílica e, acima de tudo, convincente, pois o sentimento é real.

04. JOGOS VORAZES: EM CHAMAS
Nada mal para uma franquia baseada numa pobre trilogia de livros de Suzanne Collins. O primeiro filme conseguiu preencher a falta de narrativa e perspectiva dos livros, mas perdeu muito tempo em redundâncias e em efeitos especiais exagerados mais para chamar atenção do que incrementar a atmosfera do mundo distópico. Este segundo filme ainda tropeça em não se aprofundar nos esboços das problemáticas mais sociais e políticas mostradas. Mesmo dando mais atenção às cenas de ação e aos dramas da heroína Katniss Everdeen, tudo foi colocado corretamente, e no final das contas o desenvolvimento do filme agrada mais do que o esperado. Poderia ter sido um filme de ação muito mais relevante se o seu conteúdo mais maduro tivesse sido melhor explorado, mas já que o foco é o público jovem, até que o produto oferecido é muito acima da média.

05. MUD
Embora lançado em 2012, só foi chegar aos cinemas e chamar a atenção da crítica em 2013. Esta pequena pérola independente estrelada por Matthew McConaughey não apenas mostra mais uma vez que este ator tem talento nato para representar personagens broncos e sentimentalmente perturbados como também é uma belíssima e honesta história sobre duas perspectivas diferentes e que se interceptam sobre o amor. Temos o ponto de vista ingênuo de um jovem e o ponto de vista traiçoeiro de um adulto. Um tanto longo na narrativa, mas que consegue tratar do assunto sem ser piegas ou cliché.

06. ÁLBUM DE FAMÍLIA
Este filme pouco comentado e também interpretado por muitos por uma visão muito mais simplista do que o roteiro propõe é talvez um dos mais relevantes sobre relações familiares e sobre uma familília tipicamente norteamericana já produzidos em Hollywood, e olha que Hollywood não é um dos melhores lugares quando o assunto são relações familiares, não como é com o cinema Europeu ou Asiático. O roteiro assinado por Tracy Letts, baseado em sua própria peça teatral, embarca na análise estrutural e psicológica de uma família que há quatro gerações repetem os mesmos erros. O simbolismo que cada personagem carrega em si, dentro da sua função familiar e dessa reprodução de atos e erros, é de uma sutileza e de uma brutalidade dramática que só serão mais sentidos por aqueles que já conhecem e estão familiarizado com o estilo psicoanalítico de Letts. Para o público mais comum, o filme será mais um drama familiar com Meryl Streep, para aqueles que realmente se interessarem em compreender essa complexa (porém até verídica) construção familiar, irão encontrar material mais que suficiente para uma tese de mestrado.

07. CLUBE DE COMPRA DALLAS
Este clube que realmente existiu na década de 80 durante o surto pandêmico de HIV nos Estados Unidos foi comandado por um homem que, até então, pouco se conhecia, mas que de um mero canastrão explorador, se transformou em uma das poucas pessoas realmente interessadas na busca de um tratamento realmente efetivo contra a doença, sendo, talvez, um dos primeiros responsáveis por desenvolver um protocolo eficiente de tratamento e que aumentou a expectativa e a qualidade de vida de milhares de pessoas. Além disso, também há Matthew McConaughey mostrando porque sua consagração por este filme foi merecida, bem como a de Jared Letto, em um filme barato, que sofreu grandes problemas de produção e que foi filmado com apenas uma câmera, mas que nem é notado por conta da eficiente e fantástica edição e a sólida visão do produto final do diretor.

08. TRAPAÇA
Não há como negar que este filme tinha o intuito de impactar a crítica como fez e ser TÃO-TÃO o que é. A sua perfeição é tão encomendada que seu propósito é evidente. Apesar disso, a sua trama é tão bem elaborada e construída, e os personagens são tão bem interpretados e desenvolvidos que quando os créditos finais aparecem a satisfação de ter assistido algo tão bom, mesmo que comercial, vem à tona. Jennifer Lawrence pode roubar a cena com alguns exageros e pela superestimação resultante de sua intensa popularidade, mas quem desenvolve o melhor papel é Amy Adams, em uma personagem tão cheia de conflitos, angústias e desprazeres que há momentos em que é nítido que ela mesma parece não conseguir lidar com tantas camadas. Atuação brilhante, além de uma química entre todo o elenco que chega a ser deslumbrante.

09. BLUE JASMINE
Woody Allen e Cate Blanchett não poderiam fazer feio. O humor sarcástico de Allen e a caricatura comportamental de Blanchett dão o tom exato sobre algo que soa até como uma metáfora, e impossível não relacioná-la com a decadência da sociedade norteamericana, bem como novamente é um filme em que o diretor pisa com maestria entre a comédia e a tragédia no seu mais clássico significado.

10. STAR TREK: ALÉM DA ESCURIDÃO
Uma transformação total na franquia para conquistar novos fãs e ao mesmo tempo cheio de referências aos fiéis seguidores da sagrada e consagrada série. É J.J. Abrams mostrando mais uma vez porque se transformou em um dos maiores, mais populares e poderosos diretores e produtores do cinema comercial atual, o novo Spielberg, como dizem alguns. Um filme de ação moderno e que em nenhum momento deixa de lado suas raízes.

11. FRANCES HA
Também de 2012, mas que foi chegar aos cinemas em 2013, pode ser visto como uma versão mais pessoal, bem humorada e positivista de Greta Gerwig sobre uma personagem similar já interpretada anteriormente por ela no filme Lola Contra O Mundo (Lola Versus, 2012). A essência desse filme se difere de Lola por conta da constante força de vontade da personagem em superar as duras mudanças de uma vida que ela considerava simples e perfeita, mas que agora virou apenas um sonho no qual ela está determinada a reconquistar, custe o que custar. Motivador em sua completa simplicidade, carregado de diálogos memoráveis e uma trilha sonora grandiosa tanto quanto as vontades da personagem.

12. GRAVIDADE
Se for válido dizer que Kubrick finalmente deixou um legado relevante ao cinema, este é Gravidade. A jornada espacial de Cuarón não apenas impressiona visualmente como também é simbólica e uma metáfora ao renascimento. A interpretação visceral de Sandra Bullock impressiona, e o filme não teria a mesma carga dramática se tudo que é visto na tela com naturalidade não fossem frutos do intenso trabalho da atriz e do diretor juntamente com toda a pesquisa técnica desenvolvida em sua produção. Uma história simples e que pouco agrega, mas um dos maiores espetáculos visuais e sonoros da ficção científica nos últimos 10 ou 20 anos.

13. AS BEM ARMADAS
Sandra Bullock prova que, mesmo aos 45 anos, é uma atriz poderosa e de um profissionalismo ímpar ao dividir todas as cenas com Melissa McCarthy e em nenhum momento querer se sobrepor como é o esperado de grandes estrelas em filmes como esse. Um filme bobo por excelência, mas engraçado pela química perfeita das duas protagonistas e do tempo de comédia de ambas.

14. ANTES DA MEIA NOITE
Terceiro capítulo de uma maravilhosa história de amor que o diretor e roteirista Richard Linklater iniciou em 1995 com Antes do Amanhecer (Before Sunrise) e seguido por Antes do Por do Sol (Before Sunset, 2004). Com uma diferença de 9 anos entre um filme e outro, as histórias também possuem o mesmo intervalo de tempo. Enquanto nos dois primeiros capítulos tudo girou em torno de encontros e desencontros, expectativas e frustrações, desejos e anseios, eis que, finalmente, os protagonistas decidiram viver um para o outro, mas agora, adultos e sem mais grandes sonhos que a juventude propunha, encontram-se numa relação já acostumada e estagnada pela rotina. Agora as discussões relevantes são sobre a vida e o casamento e o que será depois dele. A interação entre os dois protagonistas (e atores) sempre foi o grande atrativo desta série que conseguiu mudar a linguagem das comédias românticas e transformá-las em algo muito além do final feliz. Os fãs poderão perceber uma brusca mudança de narrativa, mas que acompanha com coerência todo o desenvolvimento e amadurecimento de ambos nesta longa história de amor que já dura 18 anos.

15. GUERRA MUNDIAL Z
Talvez um dos filmes com as mais absurdas sequencias e com o maior número de buracos no roteiro de 2013, mas nem por isso deixa de ser um dos melhores filme de ação em seu mais puro significado. Tenso do início ao fim, não há um momento sequer que o espectador possa respirar aliviado sem ser surpreendido por mais uma horda de zumbis destruidores. Afinal, é essa a verdadeira intenção de filmes de ação e horror de sobrevivência. Ou você corre, ou você morre.

16. O QUE RICHARD FEZ?
Também de 2012, mas foi ancorar por esses lados no início de 2013. O filme irlandes é delicado na abordagem sobre o paradoxo entre aquilo que julgamos certo e as coisas erradas que fazemos. Nada mais a dizer, simples e puro assim.

17. SEGREDOS DE SANGUE
Confuso e por vezes até bizarro, consegue ser corajoso e audacioso por tentar fugir de fórmulas hollywoodianas. Não é um tipo de filme que agrada todo público, porque é denso e bastante psicológico, mas a atmosfera por vezes até hitchcockiana que o diretor Chan-Wook Park constrói em cenários limpos e atores que se movimentam de forma ensaiada frente a câmera, não apenas é belo como admirável. De tão bem ensaiadas parecem naturais em seus mínimos detalhes, e a história é uma tensa jornada sobre a progressão de uma sociopatia psicótica. Chega a ter um tema até similar ao de Precisamos Falar Sobre O Kevin (We Need To Talk About Kevin, 2011).

18. MEU NAMORADO É UM ZUMBI
É um grande e excelente besteirol de 2013, principalmente pelo diretor ter pego um tema que já está batido e resolver tirar sarro de tudo isso da melhor maneira possível ao vitimizar os zumbis tal qual foi feito com os alienígenas em Distrito 9 (District 9, 2009). Porém, a diferença é que aqui é uma comédia até pastelão no excelente estilo de Todo Mundo Quase Morto (Shaun Of The Dead, 2004), além do diretor pegar carona para satirizar de maneira indireta outras produções adolescentes e de gosto duvidoso.

19. O LOBO DE WALLSTREET
Ainda não assisti a quinta colaboração entre Scorcese e DiCaprio por pura preguiça mesmo, mas a impressão que tenho sobre as críticas lidas é que essa interminável parceria já apresenta sinais de cansaço, muito embora o filme tenha sido elogiado mundialmente. Ao mesmo tempo o filme também foi bastante criticado por seu conteúdo moral ambíguo, sexual, vulgar e o excesso de drogas. Tudo o que Scorcese sempre utilizou em menores ou maiores graus em seus filmes, o que se torna uma discussão um tanto redundante principalmente quando parte da crítica especializada, como se Scorcese fosse um novato qualquer que nunca fez isso, mas que agora resolveu chocar. DiCaprio recebeu elogios ímpares sobre sua atuação, mas o filme longo demais tem expressado o tédio a muitos. As notas recebidas pelo filme já demonstram por si só que ele naturalmente já figura entre os melhroes.

20. TRUQUE DE MESTRE
Mais um grande besteirol que deu certo. A história do filme é um absurdo e é construída em cima do misticismo em torno da mágica e seus truques, mas se vamos ao cinema esperando fantasia, é claro que não poderíamos esperar seriedade em um tema como esse. O resultado de tudo é um filme que realmente abraça seu espectador, o faz esquecer dos absurdos e o leva por toda a fantasia sem questionar ou querer entender nada. O final não é muito surpreendente, mas há momentos memoráveis e até empolgantes.

21. O ESPETACULAR AGORA
Este filme de personagens adolescentes chega a não ter nada de adolescente. O tema é bastante maduro e abordado por um ponto de vista que não lembro ter visto no cinema tão recentemente. A complexidade do personagem principal e as várias camadas que o compõe vão se revelando aos poucos durante o filme, e de um rapaz antipático e inconsequente, ele se transforma em alguém incompreendido, confuso sobre ele mesmo e sobre as coisas que acontecem a sua volta. O desenvolvimento e a progressão de autoconhecimento que surge conforme o personagem se autodestrói é brilhante, e um dos personagens mais complexos e interessantes a serem adaptados em 2013. Como já disse, pode ser que o personagem no livro não seja tão complexo, mas a densidade e profundidade que os roteiristas deram a ele o fazem ser.

22. GLORIA
Embora seja um filme chileno e pequeno, Gloria é uma mulher de meia idade independente e que gosta de curtir os bons prazeres da vida sem dar a mínima para o que os outros possam pensar sobre ela e de suas atitudes. A personagem também não faz a mínima questão de criar uma empatia com seu espectador, mas independente disso, sua história já é motivante por si só e o espírito livre e desbravador de Gloria chega a ser contagiante e uma grande lição de vida principalmente às mulheres que acreditam que não há mais tempo para qualquer outra coisa.

23. UMA VIAGEM EXTRAORDINÁRIA
Não há como errar com Jean Pierre Jeunet em seu primeiro filme em inglês desde Alien: A Ressurreição (Alien: Ressurection, 1997). Sua essência está toda na tela ao contar a história de uma criança prodígio que parte em uma peregrinação para receber um grande prêmio por sua incrível contribuição à ciência. A forma lúdica como Jeunet costuma incrementar suas histórias com o excesso de cores, personagens esquisitos e carismáticos, e sua incrível mistura do cinema clássico com o moderno, impressionam sempre e fazem de seus filmes um grande prazer de serem assistidos, como comer uma maravilhosa sobremesa depois de um requintado jantar. Jeunet sempre manteve o estilo fantástico francês em seus filmes, seguindo o legado de George Meliés em sempre fazer de suas histórias uma oportunidade para sonhar novamente. Lindo!

24. NEBRASKA
Ainda não assisti a este novo road movie de Alexander Payne, mas foi um daqueles que tomaram a temporada de premiações de surpresa, o que acontece todo ano com algum título. O filme concorreu a 6 Oscars (embora tenha levado nenhum), foi parte da seleção de Cannes e levou a Palma de Ouro de Melhor Ator. A crítica especializada é praticamente unânime na positiva responsividade que o filme teve, informado como o retorno de Payne a uma linguagem mais pessoal e natural, sem contar que a atuação de Bruce Dern é, como dito por muitos, singular e fantástica.

25. O HOBBIT: A DESOLAÇÃO DE SMAUG
Tudo bem que a opinião sobre isso é quase unânime, de que Peter Jackson tenta, a todo custo, fazer um novo O Senhor dos Anéis em cima de um conto praticamente infantil e curto. O primeiro filme agradou os fãs, e o segundo, embora muito longo (como sempre), agradou mais, principalmente por haver uma maior conexão entre os personagens e o espectador. Admirável por Jackson fazer tanto com tão muito-pouco, só mesmo um grande fã de Tolkien pra fazer o que ele fez.

26. FROZEN
Ainda não assisti a essa animação que tenta ser um resgate da Disney aos velhos tempos, mesmo que ainda presa no 3D, e não na forma clássica e bonita, esquecida e perdida no tempo, que muita gente sente falta e ela ainda não percebeu. Mas se o filme arrecadou mais de US$1 bilhão no mundo, sendo a 4ª animação que mais arrecadou e o 6º filme mais assistido na história, significa que agradou muita criança por aí, mesmo tendo música chata para os adultos (como é a maioria das queixas que li por aí).

Um comentário:

zetti Cunha disse...

Adorei. Nada como ter um especialista para pesquisar e selecionar o melhor e nos dar assim de mão beijada...principalmente, quando este especialista tem bom gosto. Dos que eu vi até agora, o preferido é Philomena. Parabéns pela iniciativa e sucesso no seu blog, RUBENS! Bj

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