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| ★★★☆☆☆☆☆☆☆ |
Ano: 2012
Gênero: Suspense/Crime
Classificação: 16 anos
Direção: Lee Daniels
Elenco: Matthew McConaughey, Zac Efron, Nicole Kidman, Macy Gray, John Cusack
País: Estados Unidos
Duração: 107 min.
SOBRE O QUE É O FILME?
Dois irmãos vão investigar os acontecimentos que geraram a morte de um policial na tentativa de exonerar um inocente da pena de morte.
O QUE TENHO A DIZER...
É baseado no livro homônimo de Pete Dexter, originalmente publicado em 1995. O filme foi escrito e dirigido por Lee Daniels, o mesmo do pesadíssimo (sem trocadilhos), Preciosa (Precious, 2009).
A história é narrada por Anita (Macy Gray) em um depoimento, já que ela trabalhou na casa do pai de Ward (Matthew McConaughey), repórter que volta para sua cidade para investigar a morte de um policial a pedido de Charlotte (Nicole Kidman), já que seu amante, Hillary (John Cusack), foi condenado a pena de morte e ela precisa de ajuda para inocentá-lo. Ward também é ajudado por seu irmão Jack (Zac Efron) e pelo repórter Yardley (David Oyelowo), mas Jack se apaixona por Charlotte, sofrendo um amor platônico por uma mulher lasciva e vulgar que o rejeita por motivos que ele não consegue entender. Ao mesmo tempo Ward e Yardley são levados por pistas falsas que levam a uma conclusão inverídica e que não deve ser publicada e todos são mergulhados em um jogo de interesses e mentiras.
Os rumores sobre este filme começaram um pouco antes de seu lançamento no festival de Cannes, quando chegou os rumores da mídia de que seria uma das melhores performances da carreira de Nicole Kidman, já que ela faria cenas de sexo selvagem e sem pudores ao representar uma mulher vulgar e extremamente sexualizada. De fato, a única coisa de todo o filme que gera o interesse de assistí-lo é ela, mesmo que suas expressões faciais ainda estejam um pouco limitadas pelo excesso de intervenções estéticas (ela estava bem pior em A Bussola de Ouro).
É mais um filme no qual Matthew McConaughey interpreta um tipo no qual ele vem se especializando e que ele nunca fez questão de se desvincular, a de cowboy sulista despojado. Não chega a ser um tipo tão marcante quanto os que ele representou em Matador de Aluguel (Killer Joe, 2011) ou Magic Mike (2012), mas é aquela interpretação comum e segura de sempre, quando ele não tem muito interesse em ousar.
Há ainda a surpresa de Macy Gray, que mal é citada entre o elenco principal, o que é um absurdo, já que a história é narrada por sua personagem e, sem dúvida, a melhor construída de todo o filme.
Sinceramente, é um filme confuso, e apesar das boas interpretações ele não foge do habitual nesses gêneros de suspense independentes e que tentam sempre puxar a história para um lado mais regionalizado, utilizando como pano de fundo algumas referências socio/políticas como a discriminação racial, questão sempre presente nos filmes do diretor e que, embora sempre importante ser discutido, em alguns contextos acaba aparentando mais um ativismo exagerado e desnecessário do que um argumento relevante. Não há uma coerência convincente no filme para os personagens serem como são. Há até mesmo um momento em que é revelado que o personagem de McConaughey é gay, mas isso não tem qualquer relevância no filme (talvez haja no livro, que desconheço), além da relação abusiva de amor e ódio entre Charlotte e Hillary e de uma referência direta e disconexa feita a Lolita, obra de Vladmir Nobokov, talvez o ápice dessa linguagem que tenta aparentar profunda e séria.
É um filme que sofre com personagens mau construídos e que justifica sua existência apenas para o show particular de Kidman, que depois de seu Oscar por As Horas (The Hours, 2002) descobriu que é melhor aceita quando se enfeia ou se vulgariza. Sem contar que o final é revoltante, concluindo que tudo antes dele foi um desperdício de tempo.
CONCLUSÃO...
É tão confuso que soa como inacabado. Um roteiro estranho e mal desenvolvido, com personagens mal construídos e uma conclusão revoltante. Filme que serve de palco para o show barato e particular de Nicole Kidman, que poderá concorrer a um ou outro prêmio, mas nada grandioso como a mídia a princípio promoveu.

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