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domingo, 13 de janeiro de 2013

A ENTIDADE É UM ARTISTA...

★★
Título: A Entidade (Sinister)
Ano: 2012
Gênero: Terror
Classificação: 14 anos
Direção: Scott Derrickson
Elenco: Ethan Hawke, Juliet Rylance
País: Estados Unidos
Duração: 110 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Um escritor muda-se para uma casa onde uma família foi assassinada para pesquisar os acontecimentos para seu novo livro, porém uma sequencia de situações sinistras começam a acontecer quanto mais próximo ele chega da verdadeira história.

O QUE TENHO A DIZER...
Escrito e dirigido por Scott Derrickson, que tem no seu currículo apenas O Exorcismo de Emily Rose (The Exorcism Of Emily Rose, 2005) como trabalho relevante, depois dele veio o terrível, esquecível, desnecessário e fracassado remake de O Dia Em Que A Terra Parou (The Day The Earth Stood Still, 2008). A Entidade fez até um sucesso mediano de público, mas foi extremamente lucrativo custando aproximadamente US$3 milhões e arrecadando mais de US$60 milhões no mundo todo, ou seja, 20x mais do que custou.

O filme tem a legenda informando que foi produzido pelo mesmo cidadão de Atividade Paranormal (Paranormal Activity, 2007/2010/2011/2012) e de outro sucesso, o chatíssimo e mal feito Sobrenatural (Insidious, 2010), e nem vou me dar ao trabalho de citar seu nome porque eu não vejo mérito algum em ter no currículo esses filmes.

A história é a mesma mesmice de sempre. Um escritor muda-se por uma casa onde uma família inteira foi assassinada. Ele quis fazer isso pra poder ter aquele repente criativo de "mergulhar dentro dos fatos". É quando ele descobre uma caixa contendo um projetor e rolos de filme Super 8 (nada mais cliché) contendo filmagens de assassinatos bizarros cometido por um sujeito oculto e filmado por alguém mais oculto ainda. Como em todo filme do gênero, conforme ele se aprofunda mais na pesquisa, mais ele descobre, despertando a ira de uma entidade sobrenatural que começa a assombrá-lo fazendo barulho pela casa, ligando e desligando coisas, aparecendo e desaparecendo de repente, batendo portas e andando pelo sótão. Aquilo tudo que quem já está cansado de ver esses filmes não vai se sentir nenhum pouco surpreso.

É um dos piores filmes deste gênero que segue a onda da maldição em cadeia inauguradas por filmes como O Chamado (The Ring, 2002), O Grito (The Grudge, 2005) e demais genéricos importados do Japão. É um estilo que já está cansado, batido e precisa de umas boas férias tal qual teve na década de 90, quando as produções de horror pararam porque as idéias já estavam repetitivas e não surpreendiam mais ninguém, tal qual como agora. O diretor e roteirista tenta manter um clima sombrio e tenso o tempo inteiro com truques de câmera (câmera na mão, planos fechados e angulados, edição falha,), de imagem (imagem granulada e cores opacas), além de  exagerar em um som de fundo caótico, descontinuado e de trás pra frente para perturbar o espectador e fazê-lo acreditar que a situação é assustadora, enquanto a verdade é que inconscientemente ele está apenas desconfortável e ansioso em resposta do seu cérebro que não consegue processar essa bagunça sonora. Isso não é absurdo, isso é a técnica sinestésica mais batida que existe para forçar uma sensação que a pessoa não teria normalmente, tal qual encher uma cena dramática com o som choroso do violino. Ou seja, isso justifica a fraqueza do filme, que se não fosse por truques como esse não causaria a mínima impressão.

Além dos assassinatos mirabolantes de deixar Jigsaw orgulhoso, tem o fato da "tal" entidade se manifestar no plano real tal qual acontecia em Sobrenatural, mas a novidade é que agora esse monstrinho danado gosta de brincar com equipamentos eletrônicos como computador, filmadoras digitais, sabe desenhar, escrever e, nos momentos mais retrôs, gosta de brincar com a velha filmadora Super 8. Se um dia perder o emprego ele facilmente consegue trabalhar em um atelier.

Ethan Hawke, ator conhecido por sua seriedade e por saber escolher filmes certos, sejam eles art house ou mais comerciais, acabou escolhendo este talvez porque queria trocar o carro, fazer uma viagem internacional ou engordar o fundo de segurança dos filhos. Vai saber, não é?!

CONCLUSÃO...
Mais um filme pra assustar só adolescente que não está acostumado com o gênero ou aqueles que raramente assistem filmes até mesmo na televisão. O mais triste de tudo é que nem pra rir o filme serve.

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