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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

HORROR SEM LÓGICA, MAS SATISFAZ COMO SE TIVESSE...

★★★★★★★
Título: V/H/S
Ano: 2012
Gênero: Horror
Classificação: 16 anos
Direção: David Brukner, Glenn McQuaid, Radio Silence, Joe Swanberg, Ti West, Adam Wingard
Elenco: Vários
País: Estados Unidos
Duração: 96 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Sobre uma fita VHS encontrada com diversas gravações estranhas de pessoas diferentes, em situações bizarras e distintas.

O QUE TENHO A DIZER...
Por alguma razão existe uma pessoa que, ainda no século XXI, insiste em passar vídeos para fitas de VHS e não do VHS pro digital. Isso até soaria bacana se no começo do filme um personagem não citasse o YouTube e estragasse com toda essa nostalgia. Mas tudo bem, não há razões para se preocupar.

V/H/S é mais um daqueles filmes de horror modernos de documentários amadores gravados em primeira pessoa, os chamados "found footages" (documentários perdidos, numa tradução coerente), um subgênero de horror que está comum e chato. O filme vem sendo classificado como uma "antologia de horror", justamente por ser uma coleção de vídeos amadores. Ele não tem qualquer senso, não tem história até quando tenta ter, não tem lógica e muito menos coerência. É simplesmente 90 minutos de sequências sem argumentos ou qualquer outra coisa, e talvez isso é o que o salva de qualquer defeito.

Ele foi lançado no Festival de Sundance deste ano nas sessões que ocorrem a partir da meia-noite, sendo muito comentado por quem assistiu e ganhando opiniões mistas, mas positivas em sua maioria.

Os direitos de distribuição nos Estados Unidos foram comprados por quase US$1 milhão, o que fez o filme ser lançado comercialmente em circuito limitado, e agora, com seu lançamento em home video, ele se tornou uma febre. Ainda é inédito no Brasil, mas é fácil encontra-lo em websites de compartilhamento.

A "linha mestre" do filme é a de que o espectador tenha a ilusão de estar  assistindo uma fita VHS contendo diversas gravações, igual quando fazíamos gravando no vídeo-cassete trechos de vários programas e filmes, sem lógica ou ordem alguma, apenas para poder rever aquela cena que gostamos ou aquela parte legal de um programa. Mas, no caso do filme, esta "fita" que assistimos são de seis outras gravações amadoras encontradas que mostram fatos bizarros que aconteceram com pessoas comuns. A seis histórias são:

1. Fita 56: É a história principal, de um grupo de criminosos que são enviados para recuperar uma fita dentro de uma casa aparentemente vazia. É no meio dessa história que as outras também serão mostradas.
2. Noite Amadora: Três amigos alugam um quarto de hotel para levarem garotas, fazerem muito sexo e gravarem tudo, mas uma das garotas que eles acabam levando não parece ser muito normal.
3. Segunda Lua de Mel: Um casal resolve fazer uma viagem sem destino para o Oeste, e passam a ser perseguidos por uma figura estranha.
4. Terça, Dia 17: Quatro amigos vão para o meio da floresta passar o dia e, enquanto filmam, figuras de pessoas mortas começam a aparecer no meio de interferências na gravação.
5. O Triste Fato Que Aconteceu Com Emily Quando Ela Era Jovem: Uma garota acredita que o apartamento onde mora é mal assombrado e todas as noites ela conversa com seu namorado pelo computador, mostrando as coisas que acontecem e que estão a deixando insana.
6. 31/10/1998: É, na verdade, o vídeo que o grupo de criminosos está atrás, que mostra quatro amigos indo para uma festa de Halloween de um estranho e ao chegarem na mansão eles não encontram nada além de um culto obscuro envolvendo o sacrifício de uma jovem no sótão.

A idéia desta "antologia de horror" com certeza é condensar tudo aquilo que os filmes de horror tem de melhor, mas que os diretores e roteiristas extendem tanto para virar um longa metragem, deixando o interessante ficar chato. Portanto a idéia foi basicamente juntar algumas histórias curtas e mostrar apenas aquilo que deve ser mostrado. Seria como ler um livro de contos de Stephen King, ou assistir novamente algum episódio de Contos da Cripta (Tales From The Cryptkeeper) ou Faces da Morte (Faces Of Death, 1978/1981/1985/1990/1995/1996), já que tudo é mostrado sem lenga-lenga, sem blá-blá-blá, sem verborragia ou teoria que justifique alguma coisa. Foi simplesmente ir direto e reto ao ponto, exatamente naquilo que o povo quer ver.

A violência é muitas vezes explícita que o sangue chega a escorrer pela tela, e há muito tempo um filme de horror não me impressionava tanto. A última história talvez seja uma das melhores e sem dúvida sua sequencia final é melhor que muito filme de mansão mal assombrada.

CONCLUSÃO...
Não tem lógica, e nem pode satisfazer como um todo, mas todo mundo vai ter opções suficientes para gostar de ao menos uma história sangrenta. É uma boa coleção de horror que vai pegar muita gente de surpresa, principalmente aquelas que forem assistir achando que é mais uma mesmice. Oferece exatamente tudo aquilo que o público sedento por sangue, tensão e paranormalidade quer ver, sem lógica alguma, mas quem disse que precisa?

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