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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ESPECIAL: MISSING

★★★★★★
Título: Missing
Ano: 2012
Gênero: Drama, Ação
Classificação: 14 anos
Direção: Vários
Elenco: Ashley Judd, Sean Bean, Nick Eversman, Cliff Curtis, Adriano Giannini, Laura Donnelly, Tereza Vorísková
País: Estados Unidos
Duração: 50 min.

SOBRE O QUE É O SERIADO?
Sobre uma mulher que perde seu marido em um atentado a bomba no qual seu filho escapa, mas 10 anos depois ele desaparece após se mudar para Roma para estudar.

O QUE TENHO A DIZER...
Missing no final das contas pode até empolgar os menos atentos e críticos, mas mesmo assim demora bastante para convencer.

Estrelando Ashley Judd, atriz outrora famosa de Hollywood, mas que não emplaca um filme desde Divinos Segredos (Divine Secrets Of The Ya-Ya Sisterhood, 2002), mesmo tendo estrelado pequenos e muito bons filmes como Possuídos (Bug, 2006), um excelente triller psicológico dirigido por William Friedkin, mais conhecido por O Exorcista (The Exorcist, 1973), no qual ela oferece uma atuação brilhante, mas que passou despercebido.

Ashley agora resolveu investir em uma produção televisiva, fazendo o papel de Becca Winstone, uma mãe que perde o marido num atentado a bomba que seu filho sai ileso por um triz, mas 10 anos depois ele é sequestrado logo após ter ido cursar universidade em Roma. Não demora muito para descobrimos que Becca esconde mais segredos do que aparenta e que tanto ela, quanto seu marido, eram agentes da CIA aposentados, e que o assassinato de seu marido e o sequestro de seu filho podem estar relacionados a isso.

Depois de tantos seriados e filmes de espionagens e traição, esse enredo não soa nenhum pouco original, mesmo transformando a personagem principal em uma mãe aposentada. O seriado até que tem uma trama bem elaborada e consegue enganar com efetividade desenvolvendo a trama com surpresas e reviravoltas que realmente acabam pegando o espectador de calças curtas. Mas ele não foge de erros graves que o caracterizam definitivamente como uma produção barata para a televisão, além de pegar pesado em alguns argumentos e em atuações pouco inspiradas.

Produzido pelo canal ABC, o seriado não consegue convencer nem como um drama e nem como um gênero de ação, por mais que eles se esforcem. Equivalente ao que no Brasil conhecemos como padrão Globo de produção, não dá pra levar a sério uma produção que segue à risca a fórmula ABC de produzir, insistindo em utilizar características como: focalizar os atores em frases de efeito; exagerar na batida trilha sonora sintetizada e chorosa, incansavelmente reutilizada nas suas produções; uma direção amadora e uma edição fajuta, que retalha uma sequência inteira intercalando zooms e câmera tremendo para dar a falsa impressão de dinamismo. Durante todo o seriado não há uma cena sequer de ação que seja completa, sem cortes bruscos, principalmente nas cenas de luta, nas quais cada murro dado é um corte.

O primeiro episódio chega a ser constrangedor porque tudo acontece de forma tão rápida e sem qualquer explicação que absurdo chega a ser pouco. A história toma rumos aleatórios, personagens vão sendo jogados em cena sem qualquer explicação e Becca sempre tem uma sacada genial para tudo, numa tentativa forçada e atrapalhada de transformá-la em uma versão feminina, matriarcal e empobrecida de Jason Bourne, ou uma Sidney Bristow aos 45 anos.

As coisas melhoram um pouco no decorrer dos episódios, mas Ashley Judd está tão preocupada na técnica que sua atuação está mecânica e desconfortável, ao invés de levada na naturalidade que ela demonstra no cinema. Mesmo assim o papel conseguiu lhe render uma indicação ao Emmy na categoria Melhor Atriz Drama, que acabou perdendo, obviamente.

O seriado já foi cancelado logo na primeira temporada. A ABC alega que ele foi produzido para ter uma única temporada, sem expectativas de uma grande audiência, apenas para cobrir a grade de programação, mas seu último episódio ainda deixa algumas coisas no ar, como se a possibilidade para uma continuação da história pudesse existir. Ou seja... essa desculpa não cola muito bem e a verdade é que a trama pode até ser boa e interessante, mas é um seriado pobre em comparação com outros mais recentes e de um nível de produção muito mais sofisticado, como Damages, que levou para a televisão um nível cinematográfico altíssimo.

CONCLUSÃO...
Não foge dos clichés das demais produções da ABC. Seu enredo e trama são até interessantes, mas a produção pobre e formulada chega a ser constrangedora e muitas vezes forçada, quebrando a excelente experiência que poderia oferecer. Consegue convencer aqueles menos críticos, e realmente até entretém

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