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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

PRAZER, SOU UM EXCELENTE FILME NORUEGUÊS...

★★★★★★★★
Título: Headhunters (Hodejegerne)
Ano: 2011
Gênero: Crime, Suspense
Classificação: 14 anos
Direção: Morten Tyldum
Elenco: Aksel Hennie, Synnove Macody Lund, Nikolaj Coster-Waldau, Eivind Sander, Julie Olgaard
País: Alemanha, Noruega
Duração: 100 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Um poderoso chefe de uma empresa especializada em recrutamentos de alto escalão esconde um segredo bastante incomum para complementar a renda familiar, ele também é um meticuloso ladrão de obras de arte. Mas tudo dá errado quando ele descobre que sua próxima vítima também é o amante de sua mulher.

O QUE TENHO A DIZER...
Obviamente que todos os envolvidos nesse filme são desconhecidos por esses lados de cá do mundo, o que não é de se espantar, já que são poucas as produções de países como Holanda, Bélgica, Alemanha, Noruega e Suécia que conseguem chegar por aqui sem se perder no meio do caminho. E isso não significa que o cinema desses países seja ruim, muito pelo contrário, o cenário é bastante expressivo, mas apenas no continente europeu. Alguma atenção é dada quando alguma produção recebe alguma indicação na categoria Melhor Filme Estrangeiro no Oscar, ou quando, mais raramente, é baseado em alguma coleção que se transforma numa febre mundial, como aconteceu com a trilogia Millennium, de Stieg Larsson.

Não é à toa que esse filme é produzido pela mesma produtora das adaptações cinematográficas suecas da trilogia Millennium, a Yellow Bird, o que deu liberdade para que várias cenas aéreas utilizadas anteriormente na trilogia fossem reaproveitadas nessa produção (com apenas algumas alterações digitais), além de outras referências diretas à trilogia baseada nas obras de Larsson.

O filme é baseado no livro homônimo do autor norueguês Jo Nesbo e que teve sua primeira publicação em 2008. Mas o autor de 52 anos já possuia vários títulos de sucesso anteriormente, incluindo uma série de (até o moment0) 9 livros de investigação centrados sempre no mesmo personagem, o policial Harry Hole. Headhunters teve excelente receptividade, e no mesmo ano de sua publicação o autor também inaugurou uma organização filantrópica que tem como objetivo diminuir o analfabetismo infantil em países de terceiro mundo, levando o nome do personagem de sua famosa série de livros, a Harry Hole Foundation. Jo Nesbo fez questão que todos os lucros gerados pelos livros, independente da edição ou dos formatos, fossem revertidos para sua organização. A mesma exigência foi feita aos lucros gerados pelo filme. Essa atitude chamou a atenção da mídia e de muitas pessoas, fazendo do livro um sucesso e o filme ter se transformado no segundo de maior bilheteria da Noruega e o primeiro filme mais bem sucedido do país, pois até o seu dia de estréia, os direitos de exibição já havia sido vendido para mais de 15 países. O livro ganhou o prêmio de melhor publicação do ano em 2008 e atualmente há uma adaptação Hollywoodiana sendo escrita.

Curiosidades à parte, o filme viaja no argumento policial e no suspense, naquele estilo de enganar quem assiste o tempo todo, surpreendendo e dando reviravoltas na história que ninguém esperaria. Portanto, falar muito sobre o filme é estragar a experiência, por mais que em alguns momentos essas reviravoltas possam parecer um pouco forçadas. Mas essa é a graça do estilo policial moderno, fazendo de um gênero que antigamente era o clássico e batido polícia-ladrão atingir outros níveis ao ser mesclado com outros gêneros, como o suspense e o drama, criando um subgenero simpeslmente chamado de CRIME, pois nele já sabemos que envolve o gênero policial, a investigação e todas as surpresas que obviamente surgirão no decorrer da história.

Nessa história o roteiro começa nos mostrando a elite financeira e industrial, seguindo para o submundo dos caçadores de recompensa, dos jogos de trapaça e assassinatos. É aí que somos apresentados ao charmoso vilão, Roger Brown (Aksel Hennie), que de um poderoso, bem sucedido e respeitado empresário, se transforma em um fugitivo. Daí o título do filme ter duplo sentido, já que ele se refere tanto aos headhunters que procuram talentos e profissionais únicos, como também aos assassinos profissionais e caçadores de recompensa. E naquele velho ditado de "ladrão que rouba ladrão, sete anos de perdão", a trama se desenvolve.

É um filme com uma narrativa diferente da que costumamos ver em produções hollywoodianas do gênero. Não há perseguições mirabolantes, não há atiradores de elite, não há cenas de luta, explosões e nem um plano definido. Muito pelo contrário, são pessoas comuns que seguiram caminhos errados, atolaram o pé na lama e agora devem viver ou se deixar render. Tudo corre naturalmente, havendo espaço até para as burrices dos personagens, mas no geral nada é além daquilo que um cérebro inteligente e pensante não faria, claro, dentro das proporções de um filme, já que estamos falando de ficção.

Chega a ser até um filme engraçado em alguns momentos, pois as situações só parecem piorar a cada instante, dando outro elemento de interesse, suspense e surpresa para quem assiste e, sem dúvida, termina tirando uma deliciosa satisfação de que o tempo foi bem gasto.

CONCLUSÃO...
Bem construído, é mais uma produção para podermos dizer que o cinema de ação do norte europeu deve ser respeitado, bem como os materiais pelos quais eles são baseados. É uma história intrigante e que chama atenção por ser feito de forma simples e que segura a atenção apenas pela sua história e personagens bem construídos. Uma excelente surpresa.

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