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sábado, 14 de julho de 2012

MEIO NAS COXAS...

★★★★
Título: Hotel da Morte (The Innkeepers)
Ano: 2011
Gênero: Suspense, Fantasia
Classificação: 14 anos
Direção: Ti West
Elenco: Sara Paxton, Pat Healy, Kelly McGillis
País: Estados Unidos
Duração: 101 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Sobre um hotel tradicional de uma cidade que funcionou por décadas, mas agora, com alguns esparsos hóspedes, ele vai ser fechado, o que faz com que os dois recepcionistas que lá trabalham comecem a investigar fatos misteriosos que aconteceram no passado e que transformaram o hotel em uma lenda fantasmagórica.

O QUE TENHO A DIZER...
Dirigido por Ti West, conhecido por alguns filmes de horror pouco conhecidos no Brasil como o mais recente e ainda inédito no país V/H/S (2012), ou The House Of The Devil (2009), pelo qual ele ficou mais conhecido. Mas são filmes que, digamos, são cultuados mais pelos amantes do gênero, o que criou muita especulação sobre este título que foi promovido erroneamente com trailers, teasers e pôsters como um filme de horror do estilo "mansão mal assombrada", mas que não é, e deixou muita gentre frustrada depois, considerando o filme muito ruim. São nessas horas que eu sou a favor de pedir meu dinheiro de volta porque, embora haja morte no filme e os mistérios sobre o hotel giram em torno disso, o filme não é o que o título e muito menos a imagem macabra do pôster representam.

O filme não é muito ruim, ele só gera uma expectativa diferente, e frustra por oferecer outra. A narrativa é dividida em atos, como se fosse uma peça, o que não tem muito significado no desenvolvimento da história, mas ajuda bastante a dividir o filme em duas partes.

A primeira metade do filme mostra mais a vida rotineira e entediante dos recepcionistas do hotel Claire (Sara Paxton) e Luke (Pat Healy), deixando familiar pra quem assiste como é a rotina de trabalho de cada, a relação de amizade entre eles (com uma leve tensão sentimental), os poucos e irritantes hóspedes que aparecem, a atitude invasiva da balconista do café ao lado que se julga íntima para desabafar seus problemas só porque eles regularmente frequentam o estabelecimento, e até mesmo o esforço de Luke em trazer turistas para o hotel e evitar o seu fechamento publicando um blog sobre os acontecimentos sobrenaturais que ocorrem lá dentro, o que fica evidente no filme que não existe, mas o facínio do recepcionista em comprovar a existência de fenômenos paranormais é tão grande que ele até tem alguns equipamentos de gravação que podem registrar os chamados "sons espectrais". Essa obessão acaba influenciando e despertando o interesse de Claire que, para driblar o tédio de noites sem hóspedes, encostada no balcão, e ocupar a cabeça vazia, resolve utilizar esse tempo livre para ajudar o colega na pesquisa e ir mais a fundo nos mistérios que lá rodeiam e essa fixação acaba fazendo com que ela ouça e veja coisas.
Essa primeira parte pode ser entediante para muitos, mas eu particularmente achei a mais interessante, porque dá tempo de conhecer bastante cada um dos personagens e mostrar um cotidiano sem pressa. O tom é muito mais de comédia por conta da ironia de Luke e do humor corroído pelo tédio de Claire, rendendo até alguns diálogos engraçadinhos.

A segunda parte já entra mais nos mistérios do hotel que envolve uma antiga moradora que havia se matado. Quando uma nova hóspede, a atriz de televisão Leanne Rease-Jones (Kelly McGillis, aquela que fez Top Gun, com Tom Cruise, em 1986), revela que está na cidade para um encontro mediúnico, Claire pede sua ajuda. É nessa parte que a imaginação de Claire começa a tomar conta da realidade e Leanne lhe dá um conselho que crescerá na cabeça da personagem e será chave para o final do filme.

Sem dúvida o filme tem diversos buracos no roteiro e pistas falsas que, no fim das contas, não servem para nada, o que faz muita gente não chegar a uma conclusão definitiva, se perdendo nessa segunda parte sem propósito, numa dúvida evidente entre manter o tom engraçadinho ou o suspense.

Culmina em situações previsíveis e um fim que poderia ser melhor, mas que só não é de todo ruim porque levanta a dúvida de tudo ter realmente acontecido ou ter sido apenas projeções da imaginação fértil e esvaziada de Claire por conta da sua inutilidade no trabalho. E só isso que falei já vai ajudar muita coisa.

O diretor Ti West deu uma entrevista dizendo que o roteiro deste filme foi escrito muito rápido e logo em seguida já foi filmado. Isso explica muita coisa.

CONCLUSÃO...
É fraco e que desaponta mais pela expectativa que ele gera, mas ao mesmo tempo tem uma idéia interessante e vale muito mais ser visto como um suspense fantasioso. A perspectiva muda quando o filme é visto como uma vida rotineira e o que uma cabeça vazia é capaz de fazer pelo subuso.

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