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quarta-feira, 4 de julho de 2012

BEM VINDOS AO EXÓTICO HOTEL MARIGOLD...

★★★★★★
Título: O Exótico Hotel Marigold (The Best Exotic Marigold Hotel)
Ano: 2011
Gênero: Drama, Comédia
Classificação: 12 anos
Direção: John Madden
Elenco: Judi Dench, Tom Wilkinson, Bill Nighy, Penelope Wilton, Maggie Smith, Ronald Pickup, Celie Imrie
País: Reino Unido
Duração: 124 min

SOBRE O QUE É O FILME?
Sobre sete pessoas já na terceira idade que, por razões específicas e individuais, resolvem ir para a Índia passar uma temporada no chamado "The Best Exotic Marigold Hotel" e ao chegar lá descobrem que o hotel não era aquilo que esperavam, mas que irá ser responsável por significativas mudanças em suas vidas.

O QUE TENHO A DIZER...
Este é um daqueles filmes feitos raramente para agradar um público que é pouco agradado no cinema, o das pessoas já vividas e experientes. Não digo que seja um filme apenas para a terceira idade, porque até mesmo eu gosto de dramas/comédias como esses, sobre a busca da felicidade, do amor, do auto conhecimento, da redescoberta e de uma razão de existência por um ponto de vista mais superficial e realista de discussão. Filmes deste gênero costumam ser bons, pois reúnem um elenco de atores mais velhos e subutilizados na indústria cinematográfica e, muitas vezes, mesmo o roteiro ou seu desenvolvimento sendo fracos, a vontade desses atores de fazerem tudo dar certo é tão grande que o resultado acaba sendo extremamente agradável.

O filme, baseado no livro homônimo de Deborah Moggach, é dirigido por John Madden, aquele responsável pelo bontinho e esquecível, embora referência do cliché moderno, Shakespeare Apaixonado (Shakespeare In Love, 1998). Lembra deste filme? Aquele que através de um maciço marketing conseguiu levar sete estatuetas no Oscar, incluindo a de melhor atriz para Gwyneth Paltrow, que venceu as concorrentes Cate Blanchett, Fernanda Montenegro, Meryl Streep e Emily Watson. Pois é... Hoje sabemos que, na dúvida de quem deveria ter levado o prêmio, resolveram entregar para a pior. Porém, mágoas passadas.

O Exótico Hotel Marigold não supreende, mas é extremamente agradável e sincero. A história começa como um Short Cuts - Cenas da Vida (Short Cuts, 1993) às avessas. Short Cuts foi um filme dirigido pelo antológico Robert Altman que foi responsável por dividir algumas águas no cinema norte-americano, naquela narrativa onde é contada a história de vários personagens distintos que se cruzam em uma situação comum no final, fómula de surpresa que foi insistentemente utilizada em filmes posteriores como Magnolia (1999), Crash (2004) e Babel (2006), apenas citando alguns dos mais conhecidos já que a lista é extremamente extensa após o filme de Altman. Logo, neste filme tudo começa com essa premissa. Todos os personagens distintos já são colocados em uma situação que os une para só depois as histórias individuais serem desenroladas.

É um filme que começa meio confuso, um tanto perdido entre não saber entre que tom da comédia ou do drama levar, com algumas piadinhas britânicas que chegam ao pé da cafonice e da obviedade colocando cada personagem em situações triviais e pouco relevantes. Mas conforme os minutos vão passando, as coisas vão se equilibrando, nos levando a uma viagem bastante pessoal à Índia por sete pontos de vista distintos. Demora algum tempo para que seja possível se identificar com eles e praticamente impossível se identificar apenas com um, já que os dramas vividos por cada personagem é bastante comum no dia a dia das pessoas como um todo. Quando o filme engata, ele é prazeroso, triste e divertido.

São duas as narrativas utilizadas, a narrativa objetiva e a subjetiva pelo ponto de vista da personagem Evelyn Greenslade (vivida por Judi Dench), já que ela mantém atualizado diariamente um blog no qual ela relata as experiências que está vivendo durante sua temporada na Índia. Às vezes a edição um tanto quanto rápida e com cortes muito bruscos entre uma seqüência e outra podem acabar deixando confuso aqueles que se distraírem por alguns segundos. No geral não parece um filme feito para o cinema, mas um longo episódio de um seriado familiar da ABC, com uma trilha sonora de Thomas Newman (mestre na orquestração dramática) que não chega a ser invasiva, mas que se alguém chorar pode ter certeza que é por causa dela.

Obviamente o filme termina com lições aprendidas e o encontro de tudo aquilo que passaram a vida procurando, mas só foram encontrar durante uma viagem distante. Mas sem dúvida, mesmo com erros ou defeitos, tudo passa batido com a presença de grandes atores e citar apenas um é ser injusto com os demais.

CONCLUSÃO...
Deve ser apreciado porque não é sobre um filme qualquer, mas um daqueles com um elenco que realmente tem uma história pra contar e deve ser assistido não apenas pelo grupo de idosos do SESC, mas também pelos netos e bisnetos para que estes já cresçam sabendo que envelhecer é muito mais do que acrescentar números na idade, mas história e conhecimento.

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