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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

KICKING ASSES POR AÍ...

★★★★★★★★
Título: Kick Ass - Quebrando Tudo (Kick Ass)
Ano: 2010
Gênero: Ação, Comédia
Classificação: 16 anos
Direção: Matthew Vaughn
Elenco: Aaron Taylor-Johnson, Chloë Grace Moretz, Nicholas Cage, Mark Strong
País: Reino Unido, Estados Unidos
Duração: 117 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Dave Lizewski é um adolescente comum, que gosta de histórias em quadrinhos, apaixonado por sua colega de escola, que passa seu tempo com os amigos ou vendo pornografia na internet. Inconformado com a falta de senso de justiça das pessoas, ele resolve sair por aí combatendo a justiça com as próprias mãos impulsionado pelos seus heróis.


O QUE TENHO A DIZER...
Foi o terceiro filme do diretor Matthew Vaughn, que já havia feito uma adaptação de quadrinhos com o bem elogiado Stardust (2007). Basicamente o filme não foi um estrondoso sucesso (custou US$30mi e arrecadou um pouco mais de US$45 apenas nos EUA), mas se tornou um cult mundial entre os adolescentes tal qual Scott Pilgrim (ambos de 2010).

O filme não apenas alavancou a carreira do diretor como também revelou a atriz Chloë Grace Moretz (que na época tinha apenas 13 anos), e hoje é uma das grandes apostas da nova geração de talentos de Hollywood.

Não há como negar que o filme é um bombardeio de elementos politicamente incorretos (e até mesmo chocantes para os mais conservadores), principalmente nos Estados Unidos. Também não é à toa que a produção do filme foi rejeitada por todos os grandes estúdios, levando o diretor a arrecadar fundos e produzi-lo de forma independente. Apenas depois de pronto o filme conseguiu ser vendido para a Universal por mais do que o diretor havia originalmente solicitado para produzir.

É puramente para entreter. Não tem uma história fabulosa e também não ergue questões fundamentais, existencialistas ou políticas com uso de metáforas. Na verdade é um filme simples, com uma proposta simples e que funciona em todos os aspectos, desde os técnicos até os mais abstratos dentro de linguagens visuais e sonoplastias lúdicas (até quase infantis) para contrabalancear, quebrar e aliviar a seriedade e a violência, que são bastante fortes muitas vezes, principalmente em situações como a de uma menina de apenas 13 anos de idade, que prefere armas do que bonecas, cometer múltiplos homicídios em apenas um piscar de olhos.

A junção de todos esses elementos torna tudo tão absurdo e surreal que é impossível qualquer pessoa leva-lo a sério. Se tem uma coisa que esse filme prova é que o cinema não é e não deve ser culpado pelo aumento da violência, ou ser taxado pela mídia como fonte influenciadora, pois embora a censura seja 16 anos (até 18/19 anos em alguns países), a maioria dos fãs tem menos do que isso, e nem por isso sairam pelas ruas com roupa colorida gritando "eu tenho a força", porque assim como filme mostra, isso tudo soa muito ridículo e até patético, e o público compreendeu essa idéia muito bem.

Para não exagerar na afirmação de que o filme não ergue questões importantes, ele até consegue pontuar uma vista interessante exatamente sobre a falta do senso de justiça, da passividade e da observação inútil e calada de grande parte das pessoas frente a qualquer tipo de crime, sendo este o crime maior e mais grave que qualquer outro, pois deixa claro que a sociedade, em um ponto de vista generalizado, é doente com tanta maldade e oportunismo.

Sem dúvida o grande trunfo do filme é o roteiro, que conseguiu uma rara junção de linguagem adulta dentro de elementos característicos da cultura infanto-juvenil como histórias em quadrinhos e desenhos animados (como no momento em que é contada a história de Bid Daddy), vídeo game (a cena em primeira pessoa de Hit Girl é uma clara referência a jogos do gênero) e uma reconstrução básica do dia a dia comum de todos eles. E para isso nem foi necessário grandes efeitos especiais ou tratamentos de imagem, simplesmente uma boa idéia maturada e bem construída.

CONCLUSÃO...
Como um todo, o filme do inglês Matthew Vaughn pode figurar facilmente na lista dos melhores filmes de ação dos últimos anos, principalmente por ser inesperado e brincar com absurdos que raramente Hollywood teria ousadia de naturalmente fazer. A segunda parte do filme, dirigida por Jeff Wadlow, teve estréia em 2013. Foi praticamente ignorado nos cinemas, mas embora a direção seja diferente, a produção ainda é de Matthew Vaughn.

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