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terça-feira, 4 de setembro de 2012

TERROR SEM PRETENSÕES...

★★★★
Título: O Túnel (The Tunnel)
Ano: 2011
Gênero: Terror
Classificação: 14 anos
Direção: Carlos Ledesma
Elenco: Bel Deliá, Andy Rodoreta, Steve Davis, Luke Arnold
País: Austrália
Duração: 90 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Um grupo de jornalistas resolve investigar os mistérios que envolvem o governo e os túneis de metrô abandonados no subsolo de Sydney.

O QUE TENHO A DIZER...
É o primeiro longa metragem tanto do diretor quanto dos roteiristas (que também são os produtores). Confesso que houve até uma certa coragem para realizarem esse filme, que não é muito diferente de outros do gênero. É também um tanto ousado, pois é um filme independente e que foi produzido através do Projeto 135K criado pelos próprios produtores do filme para captar fundos para a produção. A idéia do projeto era vender cada frame do filme por $1,00 (1 segundo de filme tem 25 frames, ou seja, 25 fotos). Para 90 minutos de filme seria necessário 135.000 frames vendidos, ou seja $135 mil. O comprador não estava limitado a comprar apenas 1 frame, podendo ele comprar quantos quisesse, ou até mesmo comprar o filme todo. Conseguiram apenas em torno de $38 mil, e tiveram que fazer o uso da criatividade para finalizarem e promoverem o filme com esse dinheiro, e inclusive o pôster do filme é feito com os nomes de todos os compradores que participaram do projeto. Por fim ele foi lançado em alguns cinemas locais na Austrália, através do canal Showtime australiano e também via torrent, sendo a primeira vez que um filme é distribuido legalmente via sistema peer-to-peer.

A Bruxa de Blair (The Blair Witch Project, 1999), Atividade Paranormal (Paranormal Activity, 2007), REC (2007), Coverfield (2008), Contatos de 4º Grau (The 4th Kind, 2009), A Casa Muda (La Casa Muda, 2010), Fenômenos Paranormais (Grave Encounters, 2011), Apollo 18 (2011), 388 Arletta Avenue (2011), O Diário Chernobil (Chernobyl Diaries, 2012), dentre alguns outros esquecíveis... Todos eles tem em comum a mesma filmagem em primeira pessoa, naquele esquema de "salvem a câmera custe o que custar" (com raras excessões), mas no fim a proposta é sempre a mesma, tentar inovar um estilo que já está cansado.

Claro que O Túnel não seria diferente, e já assisti esperando tudo que eu já conhecia de todos esses filmes anteriores, sendo que alguns ainda me assustam como se fosse a primeira vez. Não é um filme bem desenvolvido e construído em boas idéias, boas atuações ou um grande final como algum dos anteriores do gênero, mas funciona como um filme de terror dentro desse estilo "sobrevivência" e chega a ser uma mistura de Abismo do Medo (The Descent, 2005) com REC.

O filme tenta com muito esforço nos fazer acreditar que tudo é baseado em fatos reais, como a maioria desses filmes faz. Eles usam gravações de telefone, gravações de vídeos de segurança e alguns depoimentos pessoais para fortalecer essa tese, mas é óbvio que tudo é ficcional. Às vezes parece que os personagens simplesmente não ligam para o que aconteceu, mas isso é por conta do nível amador de atuação. Há também o problema das filmagens dentro dos túneis, que muitas vezes funciona, mas em outras parece que estão usando os mesmos lugares, apenas mudando os ângulos ou entulhos de lugar. Um pouco claustrofóbico pelo excesso de visão noturna nas imagens e tomadas fechadas. Mas de qualquer forma, é um tipo de filme que dá liberdade para os erros e para a falta de qualidade, salvando ele mesmo de sérias análises.

Apesar de tudo é um filme sem pretensões e até oferece alguns sustos e surpresas. Uma continuação já está em pré-produção pela mesma equipe.

CONCLUSÃO...
Se você aguentou todos os outros filmes citados acima, esse vai ser algo fácil de assistir. Não é o melhor filme do mundo, nem o pior. Também não é um filme B, se considerar o fato de que é um filme australiano de horror, um país que não tem uma presença muito sólida no gênero e é mais conhecido por produzir os piores filmes de horror na indústria, fazendo O Túnel algo até acima da média até mesmo por conta dos esforços da produção, e só por isso ele vale a pena ser assistido.

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