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terça-feira, 22 de maio de 2012

HAMMER HORROR PICTURE SHOW...

★★★★★★
Título: A Mulher de Preto (The Woman In Black)
Ano: 2012
Gênero: Terror, Suspense, Drama
Classificação: 12 anos.
Direção: James Watkins
Elenco:Daniel Radcliffe, Ciarán Hinds, Janet McTeer, Roger Allam
País: Reino Unido, Canadá, Suécia
Duração: 95 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Sobre um jovem advogado que é enviado a uma pequena vila para colocar em ordem os documentos sobre os bens de uma falecida mulher, mas descobre que toda a vila é aterrorizada por aquilo que eles conhecem como "maldição", mas que ele vem a descobrir que é um fantasma em busca de vingança.

O QUE TENHO A DIZER...
Baseado no livro de Susan Hill, que já havia tido uma adaptação em 1989, é o segundo filme do diretor James Watkins, que também dirigiu e escreveu o carnal e violento O Lago Perfeito (Eden Lake, 2008).

É o quinto filme a ser produzido na nova leva de filmes após o renascimento da produtora britânica Hammer Films, produtora que ficou famosa nos anos 50 a 70 por produzir filmes B de horror, como as séries Drácula, Frankenstein e A Múmia. Por serem produções baratas, eram filmadas em preto e branco, com iluminação precária, muitas vezes reaproveitando cenários e figurinos, direção muitas vezes amadora, com histórias bizarras e finais muitas vezes absurdos. Tudo isso acabou, por fim, virando características e a marca registrada da produtora que coleciona legião de fãs por todo o mundo até hoje.

A Mulher de Preto mantém muitas das características dos filmes clássicos de horror da Hammer. Embora seja colorido, o baixo orçamento ainda é presente (o filme custou "apenas" US$17 milhões), e por hoje em dia esse trabalho ser mais acessível, a direção de arte, os figurinos e a fotografia são mais caprichados. Mas a atmosfera sombria, a iluminação deficiente, o tom acinzentado, a granulação de imagem, os efeitos precários e muitos dos enquadramentos de câmera (principalmente nos momentos em que é focalizado apenas o rosto do ator caminhando contra a câmera, com o olhar vago na penumbra) são características marcantes e que hoje podem não surpreender mais, mas nos anos 60 deixava muita gente sem respirar na poltrona.

Portanto, o diretor deixa claro que sabia o que estava fazendo e o resultado que queria, não preocupado se o filme causaria impacto ou daria sustos. A intenção era agradar os fãs nostálgicos e, ao mesmo tempo, impressionar de forma clássica. Por essa razão o filme recebe opiniões mistas. Os que desconhecem a história tanto da produtora quanto do cinema clássico de horror poderá achar esse filme fraco e uma besteira, enquanto aqueles que já conhecem um pouco das referências usadas irá apreciar o produto final e levar alguns sustos à moda antiga e que fizeram a escola dos filmes de horror. De qualquer forma, o filme já arrecadou mais de US$127 milhões no mundo.

Conta com boas atuações dos atores principais. Daniel Radcliffe, embora muito novo e estigmatizado como o eterno Harry Potter, tem uma formação artística típicamente britânica e consegue segurar o filme com poucos diálogos. Já o ator Ciáran Hinds, com sua presença sisuda e porte áustero, deixa a audiência sempre em dúvida sobre sua conduta, principalmente depois que assisti A Vida Durante A Guerra (Life During Wartime, 2009), em que ele faz um maníaco de maneira impressionante, ficando difícil desassociar essa imagem ao assistir outros trabalhos dele depois disso.

CONCLUSÃO...
Não é algo surpreendente, e o final pode ser desagradável para alguns que esperavam um maior desfecho, mas vale a pena ser assistido como uma homenagem e uma referência direta aos clássicos da produtora e se deixar levar pela simplicidade, sem maiores expectativas. A continuação já recebeu sinal verde, até o momento entitulada como The Woman In Black: Angels Of Death, ainda sem data de produção definida.

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