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domingo, 15 de janeiro de 2012

CONHEÇA O MAIS NOVO GRANDE SUPER HERÓI DO SÉCULO PASSADO...

★★★★★★
Título: Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras (Sherlock Holmes: A Game Of Shadows)
Ano: 2011
Gênero: Ação, Aventura, Suspense, Comédia
Classificação: 12 anos
Direção: Guy Ritchie
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace, Jared Harris, Kelly Reilly, Rachel McAdams
País: Estados Unidos
Duração: 129 min.

SOBRE O QUE É O FILME?
Continuação do primeiro Sherlock Holmes, em que o detetive e seu fiel companheiro se reunem novamente para encontrar e derrotar o mais temível de seus adversários, o Professor Moriarty.

O QUE TENHO A DIZER...
O primeiro Sherlock Holmes não apenas tirou Guy Ritchie da sombra de Madonna sobre seus trabalhos, mas também reforçou a idéia de que ícones problemáticos como Robert Downey Jr., Jude Law e até mesmo Guy Ritchie, continuam se dando bem nas bilheterias, deixando claro que problemas pessoais vendem e que o público adora esses tipos: os homens gostam porque eles são a representação da masculinidade moderna, e as mulheres porque eles expõem a brutalidade e a natureza masculina. Downey Jr. com seus históricos problemas com drogas, sua prisão e o hiato em uma carreira que havia sido dada como morta, Jude Law com seus problemas extra-conjugais e sua panca de eterno amante, e Guy Ritchie, bom... além de ser taxado como homofóbico, briguento e violento, também era casado com Madonna.

Mas colocando isso de lado, o primeiro filme foi um ar fresco para o personagem que havia se tornado obsoleto tanto quanto James Bond durante os anos. Da mesma forma como Daniel Craig renovou o espião mais amado do mundo, Guy Ritchie e Downey Jr. renovaram o detetive mais amado do mundo.

Fãs dos livros gostaram da abordagem feita pelo diretor e pelo ator, embora muitos ainda continuem questionando a presença e o tamanho da importância dada a alguns fatos e personagens no primeiro filme, como Irene Adler (Rachel McAdams), já que esta personagem é mencionada apenas em uma história do detetive. A presença de Rachel McAdams também trouxe uma outra dimensão ao primeiro filme porque ela era a melhor parceira que Sherlock Holmes poderia ter nos filmes, tal qual Marion foi para Indiana Jones. Irene era mencionada pelo próprio Sherlock nas histórias como "a mulher", pois ela representava tudo aquilo que Sherlock gostava nas mulheres, e uma personagem que ele realmente amou. Não pude deixar de esconder meu desapontamento quando fiquei sabendo que a presença dela em O Jogo das Sombras seria importante, mas breve... muito breve. O começo do filme é ao mesmo tempo um dos pontos mais altos da história, pois é neste momento que temos a verdadeira noção tanto da astúcia de Irene quanto da força de Moriarty.

No lugar de Rachel, agora há Noomi Rapace representando a cigana Simza Heron, uma personagem que aparece e desaparece do filme e ninguém nem nota. Se muitos fãs se incomodaram e disseram que Irene Adler foi sem utilidade no primeiro filme, esses fãs agora terão razões de sobra para fazer o mesmo com a personagem de Noomi Rapace, já que ela nem existe nos contos de Conan Doyle, além de nenhum filme que assisti ultimamente ter uma personagem tão inútil e que não havia nada para contribuir para o desenvolvimento do filme como a personagem Sim Heron.

O nome de Noomi Rapace nos créditos do filme foi uma maneira indireta de promover a atriz sueca pela mundo e ligar seu nome ao remake de Os Homens Que Não Amavam As Mulheres, de David Fincher, já que ela é a atriz principal do original sueco. Foi tão comercialmente feito dessa maneira que Os Homens foi lançado no dia 14 de dezembro, e Sherlock no dia 16 de dezembro. Aqui no Brasil os posters de O Jogo das Sombras e o remake de Os Homens ficavam estrategicamente dispostos nos cinemas de maneira intencional. Vi muita gente parando em frente e dizendo algo do tipo "a atriz desse filme é a que fez o original desse outro filme aqui".

Enfim... embora tenha sido usado mais como um objeto promocional e uma estratégia comercial, O Jogo das Sombras é um bom filme de ação. As cenas em câmera lenta e as que representam a resolução lógica e o lado prático de Sherlock Holmes foram mantidas e melhoradas, e para mim são as melhores cenas de todo o filme, além da história linear e bem desenvolvida. Mas acho que alguns exageros tornaram Sherlock Holmes muito mais um novo grande super herói politicamente incorreto do que apenas um detetive dedutivo e esperto que prevê acontecimentos por calcular meticulosamente as possibilidades.

Muitas pessoas adoram a excentricidade de Downey Jr. e sua maneira cínica de atuar, mas pessoalmente não gosto deste constante hábito que ele tem de sempre atuar como se tudo fosse um grande circo e ele estivesse zombando do público o tempo todo, porque é assim que ele tem feito em todos seus últimos filmes. Jude Law é sempre ótimo, e Jared Harris, como Moriarty, é sem dúvida o maior vilão que você nunca deveria ter conhecido.

Sinto que aconteceu nesse filme o mesmo que aconteceu com o filme de Soderbergh, 12 Homens e Outro Segredo (Ocean's 12, 2004), um filme feito para reunir a 'galera' que curtiu ter trabalhado junta, cheio de diálogos improvisados e piadas internas, deixando o público muitas vezes sem entender o que estão fazendo ou dizendo. Mas o filme segue como deveria e mantém o que promete nas suas 2 horas de duração provando que Guy Ritchie pode deixar de ser diretor de filmes cult de ação pelos quais ele ficou conhecido e se transformar em um excelente diretor de blockbusters sem perder seu estilo próprio.

CONCLUSÃO...
Bom filme de ação, com muitos exagero desnecessários. Provavelmetne no próximo filme Sherlock Holmes irá aprender a voar. Ainda prefiro e acho o primeiro genial, mas quem quer apenas se divertir vai curtir.

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