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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

A ÚLTIMA TEMPORADA DE ORPHAN BLACK...

★★★★★★★☆☆☆
Título: Orphan Black (Última Temporada)
Ano: 2013
Gênero: Drama, Ação, Ficção Científica, Policial, Suspense
Classificação: 14 anos
Direção: Vários
Elenco: Tatyana Maslany, Jordan Gavaris, Maria Doyle Kennedy, Kristian Bruun, Kevin Hanchard, Dylan Bruce, Evelyne Brochu
País: Canadá
Duração: 44 min.

SOBRE O QUE É O SERIADO?
Ao ver uma sósia idêntica se suicidar em sua frente, uma mulher rouba sua identidade para fugir da polícia e dar a ela e sua filha uma nova vida, mas isso foi apenas o gatilho de uma grande conspiração no qual será o grande pivô.

O QUE TENHO A DIZER...
Orphan Black nunca foi um fenômeno, mas teve uma base sólida de fãs. Por isso conseguiu ter seu começo, meio e fim ao longo de cinco temporadas.

Cinco temporadas que, segundo seus criadores, já estavam no cronograma para contar a épica e contemporânea batalha entre a protagonista e uma grande corporação que comercializa experimentos biogenéticos, da qual ela descobre ter sido vítima. O seriado começou com um enredo que envolvia exageros desumanos a respeito da clonagem humana, e posteriormente a trama se desenvolveu para revelar que as explorações científicas em cima disso - envolvendo alguns milhares de inocentes - era a base para aquele fascínio que sempre existiu tanto na ficção científica, como também na realidade: a busca da fonte da juventude eterna.

Já fiz uma análise sobre a série AQUI, e embora toda a trama tenha se desenvolvido de maneira respeitável e empolgante, é impossível negar que o grande atrativo de tudo era muito mais pela versatilidade de Tatiana Maslany do que pelo roteiro em si. Maslany interpretou, ao longo de toda a série, outras três personagens principais além da protagonista. Sem contar outras que apareciam entre uma episódio e outro apenas para dar maior densidade nas situações ou uma maior consistência momentânea, ora dramática, ora cômica.

Em uma entrevista dada a Chelsea Handler em 2016, Maslani afirmou ser um trabalho exaustivo representar tantos papéis, tanto para ela quanto para a equipe técnica, mas um desafio que vale a pena, e talvez uma experiência única a qualquer ator. Tanto valeu a pena que a atriz, finalmente, conseguiu o tão aguardado Emmy. Aguardado não por ela, mas pelos fãs e pela crítica, rendendo até uma piada (com fundo de verdade) de Jimmy Fallon a respeito disso, dizendo que se Maslani concorria por ter interpretado 5 personagens, a categoria deveria ter sido apenas dela.

De fato, a dedicação e o talento de Maslani são inquestionáveis, ultrapassando os poderes da maquiagem e cabelo na hora da caracterização, oferecendo uma interpretação física, vocal e comportamental tão convincentes que conseguimos diferenciar cada uma das personagens só de olhar para elas. Tanto que os momentos mais interessantes são quando alguma das personagens finge ser alguma das outras personagens, algo que acontece diversas vezes ao longo das cinco temporadas.

Era de se esperar que a quinta e última temporada não pudesse ser tão grandiosa quanto as anteriores, já que a história obviamente focaria na revelação de fatos ainda abertos e na conclusão de pontas soltas.

Infelizmente os 10 episódios pareceram curtos para tanta coisa, caindo em clichés um tanto óbvios e soluções "práticas" para surpreender o espectador e dar conclusões repentinas. A redenção de personagens que desenvolveram sua vilania ao longo de toda a série, ou a perda de outros que se tornaram imprescindíveis na história, são alguns desses exemplos, não causando tanto impacto como deveria, deixando no ar aquela estranha sensação de que certas coisas poderiam ter sido diferentes, mas foram como foi por serem mais fáceis.

O desenvolvimento da última temporada não foi tão bem pensado ou articulado como deveria. Definitivamente não causou a impressão de que tudo já estava tão bem resolvido na cabeça dos criadores como eles afirmaram ao longo dos últimos dois anos. Muitas pontas soltas permaneceram, bem como outros personagens continuaram de lado e só apareceram em momentos oportunos para afirmarem aos espectadores que eles ainda existiam e não haviam sido esquecidos, mas que voltaram a ser dispensados depois de suas participações.

A situação de evitar que as personagens interpretadas por Maslany se encontrassem com frequência também era evidente para evitar complicações técnicas, principalmente com a repentina "saída de cena" de algumas delas, com uma se enclausurando em um convento (e lá ficou esquecida), bem como outra que foi atrás de um certo "retiro espiritual" (e lá ficou esquecida também). Artifícios utilizados com frequência na televisão quando há excesso de personagens e ausência de eficiência deles nas tramas e subtramas.

Uma última temporada simples, que permaneceu numa zona de conforto que não superasse expectativas, mas que também não desagradasse os fãs. Há um momento em que Cosima reage com bastante emoção à perda de outra personagem, mas pra mim foi inevitável interpretar a situação como um choro de alívio da atriz de que todo o trabalho e esforço foram válidos, e que o peso de carregar todo um seriado em cima das próprias costas finalmente chegou ao fim. Isso não é um ponto de vista negativo, pelo contrário, tudo na vida há prazo de validade, e Orphan Black encerrou sua trajetória de maneira respeitável, sem precisar mofar ou apodrecer na prateleira para que isso acontecesse.

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